Nesta segunda-feira (20), a Comissão de Economia se reuniu com representantes da Secretaria de Infraestrutura Urbana (Seinfra) e associações de moradores para discutir os transtornos do acúmulo de lixo nas regiões do Piraí, Quiriri, Rio Bonito, Santa Catarina e Paranaguamirim. De acordo com o secretário da Seinfra, Jorge Luiz Correia de Sá, a pasta pretende firmar parcerias com a comunidade e estuda a possibilidade de aumentar o número de equipes e de equipamentos.

A presidente da Associação de Moradores da Estrada dos Morros (Amem), Silvia Brummer Yanetzky, sugeriu a colocação de dois contêineres em pontos estratégicos para separar o lixo orgânico do material reciclável, uma vez que a coleta ocorre apenas uma vez por semana e a demanda é grande. Ela também propôs um trabalho em conjunto com os órgãos ambientais para ensinar os moradores a fazer compostagem.

“Os [atuais] contentores não suprem a demanda de lixo da semana toda. O lixo fica acumulado em frente aos estabelecimentos comerciais, atraindo insetos e animais devido ao mau cheiro. Como a região do Piraí é muito extensa, em alguns locais a Ambiental só vai até um determinado ponto da rua”, relatou Silvia.

Segundo a gerente da Unidade de Limpeza Urbana (Seinfra.ULU), Marília Gasperin dos Santos, em 2021, foram colocados dez contentores na região do Piraí. Cada ponto tinha pelo menos um contentor para coleta do material reciclável e lixo orgânico. Porém, todos sumiram. “Por isso fica difícil ficar repondo esse material se ele é depredado, roubado ou extraviado. A gente sabe que seria uma solução viável nessa comunidade, mas já tentamos e não deu certo”, disse.

Para a presidente da Amem, não é a comunidade que está extraviando esses contentores, apesar de ser penalizada por isso. O secretário da Seinfra, inclusive, disse que houve contentores que foram acorrentados, mesmo assim conseguiram cortar as correntes. Ele também disse que será analisada a colocação de novos contentores em lugares estratégicos, desde que haja participação da comunidade.

“Quando existe um ‘dono’, funciona. O dono é a comunidade, alguém que, em parceria com o poder público, vai lá e colabora, fiscaliza. A gente vai fazer esse estudo, desde que tenha uma parceria com a comunidade ou associações de moradores”, garantiu Jorge Luiz.

Outro ponto citado pelo secretário foi instituição de uma taxa de coleta nas regiões rurais de Joinville. “Neste novo planejamento, pretendemos colocar mais veículos de coleta e contratar mais funcionários. Para isso, precisamos tornar o processo mais sustentável financeiramente”.

Modelo

Na ocasião, o presidente da Comissão de Economia, Adilson Girardi (MDB), questionou a possibilidade de aderir a um sistema parecido com o programa “Saco Verde”, executado pela Prefeitura de Jaraguá do Sul.

A gerente da Seinfra.ULU, Marília Gasperin dos Santos, disse que já foi analisada esta possibilidade. No entanto, hoje seria inviável para a Prefeitura de Joinville fazer este tipo de investimento, alegou. “Jaraguá do Sul tem uma tarifa muito maior que a de Joinville. A compra desses sacos custa, em média, para o cofre público, R$ 13 milhões. Fora toda a mobilização para ensinar como o lixo deve ser separado”, advertiu, referindo-se às campanhas de conscientização.

A vereadora Tânia Larson (União Brasil) aproveitou para parabenizar os moradores que se reuniram para buscar uma solução em relação à coleta de lixo. Ela também pediu para que seja informado na conta de luz e de água, o número de atendimento da Ambiental. “Quando se fala de conscientização ambiental, precisamos reforçar que o nosso aterro já está no limite. E, infelizmente, a maioria do lixo que está ali poderia ter sido reciclada”.