A tarde no Urbano 22, fórum de planejamento urbano e desenvolvimento econômico e social de Joinville e região, iniciou com a participação do prefeito Adriano Silva (Novo), que apresentou o painel “Joinville: planejamento e ações”. Adriano ressaltou a importância desta discussão colaborativa e aberta para ter uma cidade que acompanha o próprio crescimento.

Ele também comentou a nomeação de Joinville como “a melhor cidade do Brasil”, pela revista IstoÉ. Foram 281 indicadores analisados, relacionados às áreas social, econômica, fiscal e digital. A análise foi feita totalmente pela revista, sem participação da prefeitura.

O assunto serviu de base para que o prefeito apontasse os principais pontos positivos da gestão até agora. De acordo com ele, “o centro da questão é fazer uma cidade para pessoas, não para carros, para prédios ou para ruas. Tudo isso é resultado do que o ser humano precisa para estar numa cidade.”

Adriano destacou os focos do planejamento para o próximo ano, começando com a regularização fundiária. Hoje são quase 20 mil unidades no município sem documentação. A ideia é chegar ao fim do ano com três mil regularizações entregues. Para ter uma ideia, nos últimos 11 anos esse valor não passou de 700.

Também comentou a continuidade da implementação do “O Farol”, que propõe o empreendedorismo para agentes culturais, esportivos e sociais. A ideia é ensinar pessoas a escreverem os próprios projetos e acessarem os recursos existentes de leis municipais e federais, como a lei de incentivo ao esporte, a Simdec e a Lei Rouanet.

Por fim, apontou estímulo, patrocínio e cuidado às praças joinvilenses por meio do programa “Joinville Mais Bonita”, que cria um compromisso entre o cidadão e a cidade. Foram mais de dois milhões de reais investidos em praças públicas por companhias privadas parceiras da Prefeitura. Atrair mais pessoas para o centro, mostrar que as lojas podem ficar abertas até mais tarde e tornar uma área de maior vida noturna são os pontos fundamentais da proposta.

Parque linear

O secretário de Pesquisa e Planejamento Urbano (SEPUR), Marcel Virmond Vieira, também subiu ao púlpito para dar continuidade ao painel. Ele apresentou o projeto Parque Porto Cachoeira, um parque linear urbano às margens do rio Cachoeira. A ideia é resgatar a identidade do rio, conectando pessoas, lazer, cultura, história e natureza.

O parque criaria uma série de ações que começam na nascente do rio, no bairro Costa e Silva, e vão até a Estação da Memória, no bairro Anita Garibaldi, passando pela Avenida Beira-rio e pelo Mercado Municipal, por exemplos, em um percurso de 19 quilômetros. O projeto cria mais espaços para o ciclista e para o pedestre, reduzindo a presença do automóvel sem prejudicar o tráfego, defendeu o secretário. “Transformaremos a principal artéria do projeto, a Avenida Beira-Rio, num grande Boulevard”, prometeu.

O parque também integraria os espaços culturais voltados para a dança. Para estimular a história da arte na cidade e evidenciar o título de “Cidade da Dança”, a criação de quadras de dança seria implementada nos arredores do Centreventos Cau Hansen. Outra proposta, a Quadra da Cultura, estabelece um circuito com intervenções a partir da Cidadela Cultural Antarctica, redesenhando vias e calçadas das ruas XV de Novembro, Jaraguá e Conselheiro Arp.

A criação da praça Palácio das Orquídeas, na antiga Fundação 25 de Julho, no bairro Vila Nova, propõe uma estufa que valoriza a cultura da jardinagem na cidade, dando maior foco para as orquídeas, como o nome diz.

O incentivo às atividades náuticas também foi proposto, com a criação de flutuantes para desembarque em pontos específicos da cidade, como no Parque da Cidade, na praia da Vigorelli e no antigo moinho da Bunge Alimentos no Rio Cachoeira, entre outros.

Plano viário

O secretário apresentou a revisão e atualização do Plano Viário de 1973, com o objetivo de elaborar um plano de mobilidade novo para os próximos 30 anos. Esse plano é contemplado no SC + Mobilidade, um programa de investimento em parceria do Governo do Estado que estrutura e complementa eixos da mobilidade urbana, baseado nas premissas estabelecidas pela Política Nacional de Mobilidade Urbana (PMNU), pelo Plano de Mobilidade Urbana de Joinville (PlanMOB) e pelo Plano Diretor de Transportes Ativos (PDTA).

Serão R$ 604 milhões investidos para criação de 33 quilômetros de corredores de ônibus, 87 quilômetros em rede cicloviária qualificada, 187 quilômetros quadrados de calçada, 26 quilômetros de corredores logísticos, 95 quilômetros de vias e seis mil árvores plantadas.