A Comissão de Educação realizou nesta terça-feira (9), na Escola Agrícola Municipal Carlos Heins Funke, em Pirabeiraba, a penúltima audiência pública para discussão dos projetos de leis 56 e 57 de 2023 com a comunidade. A última audiência será nesta quarta-feira (10), na Escola Municipal Senador Carlos Gomes de Oliveira, no bairro Aventureiro.
Os projetos estão em tramitação apensados (como uma só matéria) e estabelecem medidas para aumentar a segurança de alunos, professores e funcionários das unidades escolares de Joinville. Entre servidores públicos e pais de alunos, cerca de 33 pessoas participaram do debate. Representantes das secretarias de Educação (SED) e de Proteção Civil e Segurança Pública (Seprot), da Guarda Municipal e da Polícia Militar de Santa Catarina, também estiveram presentes na reunião.
O vereador Claudio Aragão (MDB), autor do PLO 57/2023, disse que as sugestões são importantes porque serão consideradas na hora de revisar os projetos. O autor do PLO 56/2023, vereador Wilian Tonezi (Patriota), disse que, embora a comunidade escolar esteja preocupada com a presença de um segurança armado dentro das unidades, existe a possibilidade de ser contratado um policial da reserva.
A diretora Katia Marise Schwartz, da Escola Municipal Emílio Paulo Roberto Hardt, contou que, no mês de abril, a escola recebeu ameaças de supostos ataques e massacres. Na ocasião, a Seprot, a Polícia Civil e a Secretaria de Educação acompanharam o caso e prestaram suporte.
“Não vejo como uma arma vai impedir alguém de entrar, mesmo com todos os dispositivos possíveis para evitar. Os nossos alunos vão ficar mais receosos dentro da escola”, ressaltou.
A diretora da Escola Municipal Otto Ristow Filho, Cristiana Vosgerau Koch, disse que as crianças gostam de quando um policial chega à escola, mas esclarece que elas gostam do profissional e não da arma.
“Atendemos crianças que vivem realidades muito diferentes, alguns já tiveram contato com armas e crimes. Estou falando de crianças de quatro anos de idade com trauma de violência. Então eu posso afirmar que não será um agente armado dentro da unidade que irá fazer com que elas se sintam seguras”, destacou Cristiana.
Para o secretário municipal de Educação, Diego Calegari Feldhaus, contratar um segurança armado, instalar câmeras dentro das salas de aulas, utilizar detectores de metal, fazer simulações e treinamentos todo mês, iria criar um contexto de pânico nas crianças.
“Existem muitos pais que nos procuram e relatam que seus filhos estão com medo de ir à escola. Temos de trabalhar com medidas que vão ajudar a melhorar a segurança.
O secretário da Seprot, Paulo Rogério Rigo, também acredita que “não existe solução fácil para problema complexo”. Na visão dele, muitas das ações que os dois projetos querem implementar já estão sendo realizadas.
Foram contratados 68 vigilantes, instalados mais de quatro mil câmeras na frente das unidades de educação e também foi aumentado o efetivo da Guarda Municipal, de 34 para 77.
Atualmente, segundo o comandante da Guarda Municipal, Eduardo Ferraz dos Santos Sontag, o local de maior atuação da corporação são as unidades de ensino. Inclusive, o projeto “Joinville Sempre Alerta”, de autoria do Poder Executivo, pretende transformar 65 agentes de trânsito em guardas municipais para conseguir atender a toda a demanda. A proposta está em tramitação, já passou pelas Comissões de Constituição e Justiça e de Proteção Civil e Segurança Pública.