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Câmara entrega medalha Antônia Alpaídes a nove homenageados

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Medalha Antônia Alpaídes

A medalha de mérito Antônia Alpaídes foi entregue hoje, em sessão solene na Câmara de Vereadores, a nove homenageados indicados pelas bancadas partidárias. A medalha é entregue, anualmente, em reconhecimento a trabalhos realizados em defesa da população negra.

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Em seu discurso representando todos os homenageados, Luiz Diomedes do Nascimento parafraseou Nelson Mandela: “Ninguém nasce odiando as pessoas. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar”, disse ele.

O vice-prefeito Rodrigo Coelho afirmou que a professora Antônia Alpaídes, que dá nome a medalha, deixou um legado muito importante. “Racismo e preconceito são sempre lamentáveis. Temos que nos livrar deles em todas as suas formas”, disse ele.

Veja abaixo os homenageados:

Adelino Tschá

Com 78 anos de idade, Adelino Tschá continua prestando serviços à comunidade. Desde os 18 anos participa de atividades religiosas e sociais.

O ex-vereador Arnoldo Prebianca, que fez a indicação pela bancada do PP, afirmou que para a escolha tomou como base os princípios de evangelização e igualdade que norteiam o trabalho de Adelino Tschá. “É um homem que se destaca em sua missão e é acolhedor com os menos favorecidos independentemente de cor, religião e posição social”, disse.

Carlos Alexandre Dantas

Carlos Alexandre Dantas é tenente-coronel do 62º Batalhão de Infantaria. O Batalhão teve atuação em missões de paz no exterior. Entre 1996 e 1997, Joinville enviou 350 dos 1.200 militares brasileiros que participaram da “Campanha de Angola”. O Batalhão da Força de Paz, criado pela ONU (Organização das Nações Unidas), passou seis meses recolhendo armas da guerra civil e auxiliando na reconstrução do país. Em 2010, o 62º BI enviou um pelotão com 29 militares para ajudar o Haiti a começar a se reestruturar depois do terremoto.

Quem indicou a homenagem pela bancada do PSDB foi o vereador Fabio Dalonso. Para o vereador, o surgimento do Exército Brasileiro teve como motivação reunir povos, “sem discriminação, sem olhar raça nem cor”, segundo ele. “E dalí para frente, passados 300 anos, sempre preservou a defesa da etnia”, afirmou.

Roberto Zacarias

Roberto Zacarias da Rosa é conselheiro do Conselho Municipal da Igualdade Racial (COMPIR) e membro do Conselho de Ética Nacional do Movimento Negro. Na Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), foi membro do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiro (Neab) e Coordenador de Cursos Pré-Vestibulares para Alunos Afro-Descendentes e Carentes, onde trabalhou para viabilizar bolsas de estudo para os estudantes, através de convênios com escolas particulares, e mais tarde, com a FUNDAMAS – Fundação Municipal Albano Schmidt.

Para o vereador James Schroeder, que fez a indicação pela bancada do PDT, a etnia negra ajudou a construir o país. “Roberto Zacarias fez um trabalho de resgate pela educação dessa etnia”, afirmou.

Gilberto Cândido

Gilberto Cândido foi o fundador do Instituto O Bem, que auxilia moradores dos loteamentos Santa Mônica, Jativoca e Bubi. Esses loteamentos são frequentemente atingidos por enchentes. Gilberto também se dedica semanalmente aos moradores de rua, levando, juntamente com uma equipe, comida e cobertores aos sem teto.

A vereadora Pastora Leia, que fez a indicação pela bancada do PSD, citou o lema da professora Antônia Alpaídes, que era “ensinar e ensinar”. “Assim como a professora Alpaídes nos ensinou, Gilberto Cândido também nos ensina muito. Ele traz esperança para a nossa cidade com seu trabalho de solidariedade”, afirmou a vereadora.

Roberto Paschoal

É fundador da grife social Omunga, que tem o objetivo de criar melhores condições de educação para crianças e adolescentes que vivem em regiões de extrema vulnerabilidade social no Brasil e no mundo. Com sede em Joinville, a Omunga viabilizou a instalação de bibliotecas nas cidades piauienses de Betânia do Piauí e Curral Novo do Piauí.

O vereador Manoel Bento, que fez a indicação pela bancada do PT, afirmou que Roberto Paschoal leva a sua vida com o desafio de fazer o bem a quem precisa. “Ele se dedicou a conhecer a vulnerabilidade social e trabalha para acabar com ela”, disse.

Júnior Malcolm

Professor de língua portuguesa pela rede estadual de ensino, José da Conceição Junior, mais conhecido como Junior Malcolm, idealizou uma biblioteca comunitária no bairro Costa e Silva, onde mora atualmente, e realizou eventos culturais para promover gêneros musicais como o rap e o hip hop na cidade. Malcolm é fundador do grupo de rap 5º Elemento.

“Malcolm tem uma gama de serviços prestados a comunidade de Joinville. Ele com certeza entra para a história da cidade”, afirmou o vereador Levi Rioschi, que fez a indicação do homenageado pelo bloco parlamentar PPS/SD.

Selma Maria Maia

Sobrinha de Antonia Alpaídes, Selma Maria Maia atua em movimentos afro desde sua adolescência. Ela é presidente do Movimento Afrodescendente (MAD) do PMDB.

“Selma é uma grande líder comunitária cujo trabalho admiro muito”, afirmou o vereador Mauricinho Soares, que indicou a homenageada pela bancada do PMDB.

Lucia Nara Ferreira

Conhecida como Nana Ferreira, Lucia Nara Ferreira foi eleita em 1987 “a mais bela negra”. Na mesma época, participou do concurso Garota Abolição e começou um trabalho com penteados afro, que realiza até hoje. Atualmente é vice-presidente da escola Príncipes do Samba de Joinville.

Para o vereador Patrício Destro, que indicou a homenageada pela bancada do PSB, Nana Ferreira ajudou a divulgar a cultura afro. “Esse é um momento de reflexão em que o mais importante é tentar vencer o preconceito no país. Todos somos iguais, o que importa em cada um é o caráter e não qualquer outra característica pessoal”. E completou: “A medalha não significa nada perto do importante trabalho que fez cada um dos homenageados. Se hoje somos a 6ª maior nação do mundo é graças ao trabalho que vocês, negros, fizeram”.

Luiz Diomedes do Nascimento

É conselheiro do Conselho de Cultura e Tradições Afro-Brasileiras. Em 2008, Luiz do Nascimento desenvolveu o projeto Consciência Negra na Estação da Memória, com mostra de artes plásticas e moda em parceria com alunos do curso de Design da Univille. Em 2012 participou do projeto África Está em Nós – Africanidades Catarinenses. 

“Nós não precisamos esperar todos os anos o mês da consciência negra para fazer algo para diminuir o preconceito no país”, afirmou o presidente da Câmara de Vereadores, João Carlos Gonçalves, que representou a bancada do PSC na indicação do homenageado. “Luiz Diomedes trabalhou já em 2010 para promover a discussão da causa na semana da consciência negra”, disse.

 

Foto de Sabrina Seibel

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