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Seminário da Água: palestras sobre abastecimento, mananciais e gestão hídrica

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Roberto Luiz Carneiro explica o atual sistema de captação e distribuição de água

O “Seminário da Água: os desafios para enfrentar a escassez em Joinville” foi acompanhado, hoje por um público bastante diversificado, indo de alunos da sexta série a integrantes do primeiro escalão da Prefeitura. As palestras eram sobre os mananciais da região; sobre o abastecimento de água na cidade e as perspectivas para 2035; sobre a gestão dos recursos hídricos; e sobre a gestão da água a partir da demanda. A partir de conceitos das palestras foi elaborada a Carta de Joinville.

O tenente-coronel Adilson Spersfeld fala dos mananciais da região a partir da história

O início de Joinville e os mananciais da região

O tenente-coronel Adilson Spersfeld traçou um panorama sobre os mananciais da região de Joinville e abordou a importância da água para a cidade. “Joinville só está aqui por causa da água, pois os barcos conseguiam chegar para descarregar as mercadorias de navios e porque haviam mananciais para suprir a necessidade de água da população que se instalou na região”, explicou.

De acordo com Sperfeld, Santa Catarina é uma terra de extremos. “Temos secas e enchentes no estado. Somos 1,2% do território brasileiro, mas abrigamos 12% dos desastres naturais do País”, disse. Para ele, isso pode ser reflexo da má gestão dos recursos naturais.

Segundo o tenente-coronel, a água de Joinville é de excelente qualidade, com apenas alguns pontos de insalubridade no município. Ele afirmou que a região da Estação de Tratamento de Água (ETA) do Piraí, na região do sul, é bem conservada, mas que na região da (ETA) do Cubatão, ao norte, há uma grande ocupação humana. “Existem fornos de carvão na localidade. Outro problema é a estrada Dona Francisca: se um caminhão com carga de produto químico cair e atingir o rio, vamos ter 70% de Joinville sem água”, afirmou.

Abastecimento de água em Joinville: como é e perspectivas

O presidente da Companhia Águas de Joinville, Roberto Luiz Carneiro, apresentou o Plano Diretor de Água. Segundo ele, a capacidade nominal de produção de água do sistema é de 1.340 litros por segundo, mas a produção média atual é de 1.913, superando em 42% a capacidade nominal.

Segundo Carneiro, estudos apontam que o crescimento maior do consumo será na região sul da cidade. Em 2035, segundo o presidente da Águas de Joinville, a população de Joinville vai ser de 880 mil pessoas.

Roberto Luiz Carneiro apresentou as opções que a cidade tem para atender o consumo mesmo com o crescimento da população. Segundo ele, aumentar o uso do Rio Piraí do Sul para abastecimento é uma alternativa, pois assim o sistema Cubatão pode ser desafogado. A possibilidade de construção de uma nova estação está na fase de estudos preliminares. A ETA do Cubatão será ampliada. Com o investimento R$ 30 milhões, a capacidade de produção de água, que é de 950 litros por hora, passará a ser de 1.850 litros por hora. As obras já foram licitadas.

Gestão dos Recursos Hidrícos

O presidente do Comitê de Gerenciamento das Bacias Hidrográficas para dos rios Cubatão e Cachoeira, Adriano Stimamiglio, apresentou o histórico das ações de gestão dos recursos hídricos em Joinville. Ele destacou a criação das Áreas de Preservação Ambiental (APAs) Dona Francisca e Quiriri, em 2007, como fundamentais para a preservação da água. Stimamiglio citou que, de acordo com Política Nacional de Recursos Hídricos, que define a água como um bem de domínio público.

Uso sustentável da água em novos edifícios

A diretora da faculdade de Engenharia Civil da Universidade de Campinas, Marina Ilha, observou que a construção civil deve quebrar paradigmas para que, no futuro, haja construções sustentáveis. A diretora da Unicamp explicou que, atualmente, o hábito de construção é “pôr a tubulação na parede”, o que dificulta a localização de eventuais vazamentos, que constituem uma das maiores fontes de perda de água.

Uma solução sugerida por Ilha, especialista em instalações prediais e em conservação da água, seria o uso de tubulações sobrepostas, que estivessem visíveis, de forma a sanar rapidamente os vazamentos. Ela sugeriu também não ser necessária uma lei que venha a obrigar os novos edifícios a adotarem essa forma de tubulação, mas sim uma nova cultura de elaboração dos projetos dos prédios que pensem no uso sustentável da água.

Fotos de Sabrina Seibel. Com informações de Marina Bosio e Sidney Azevedo

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