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Economia discute reconhecimento do Caminho de Peabiru como rota turística

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Comissão Economia

A Comissão de Economia recebeu pesquisadores e representantes de governos de Joinville e Garuva para discutir a consolidação do Caminho de Peabiru como rota turística de importância local e nacional. O encontro foi liderado pelo vereador Henrique Deckmann (MDB), um dos principais entusiastas do projeto.

Deckmann é autor de uma moção à Prefeitura de Joinville que pede “o reconhecimento do Roteiro Turístico Caminho de Peabiru em Joinville, considerando sua relevância na promoção do turismo em suas várias vertentes: cultural, histórico, gastronômico, ambiental, religioso, científico, náutico, sustentável, de lazer e de negócios”.

O Caminho de Peabiru (em tupi, “pee” significa caminho, e “abiru”, gramado amassado) é o nome dado a uma antiga trilha de cerca de 3 mil km, existente desde antes da colonização europeia, usada por nativos americanos que viviam no continente. O caminho servia de ligação entre a cidade de Cusco, no Peru, e Santa Catarina. Há vestígios da trilha em municípios ao redor da Baía da Babitonga, como Joinville, e nos Campos do Quiriri.

Segundo a pesquisadora do tema Rosângela Carraro, é preciso reconhecer o caminho para preservá-lo, já que a visitação de grupos de forma desordenada causa prejuízos aos estudos.

O Projeto de Lei Ordinária 0151.4/2022, do deputado estadual Fernando Krelling (MDB-SC), pretende criar a “Rota Turística do Caminho de Peabiru no Estado de Santa Catarina”, abrangendo, além de Joinville, os municípios de Araquari, Balneário Barra do Sul, Barra Velha, Campo Alegre, Florianópolis, Garuva, ltapoá, Jaraguá do Sul, Laguna, Palhoça, Rio Negrinho, São Bento do Sul e São Francisco do Sul.

Na Câmara dos Deputados, um projeto do deputado federal Rubens Bueno (Cidadania-PR) sugere reconhecer o Caminho de Peabiru como manifestação da cultura nacional. “Os índios guarani foram seus maiores usuários, percorrendo o que hoje corresponde aos territórios dos Estados de Santa Catarina, São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul, e do Paraguai, Bolívia e Peru”, argumenta o parlamentar no texto da proposta.

Expedição

No início deste mês, um grupo, do qual fez parte o vereador Henrique Deckmann, pesquisadores, historiadores, trilheiros e montanhistas desceu os ramais do Peabiru, começando por Tijucas do Sul, no Paraná, passando por Campo Alegre e Garuva, no Monte Crista. Eles registraram em imagens e demarcações de pesquisa de campo pelo menos 22 km do ramal do histórico caminho, que, pelo Projeto de Integração, objetiva oficializá-lo e reconhecê-lo como patrimônio e rota turística.

Os membros do Projeto Integração vêm trabalhando há quase um ano para juntar pessoas, entidades e municípios em prol do Caminho de Peabiru. Ele já tem, já é uma rota milenar que liga o Oceano Atlântico ao Pacífico, cruzando a América do Sul de Leste a Oeste.

“Muitas pesquisas já foram feitas, estamos unindo essas iniciativas que irão transformar uma comunidade inteira, honrando todo o trabalhado para evoluirmos a Rotas Oficiais de Turismo”, explicou Deckmann. A inspiração em movimentar essa economia, o turismo, os empreendedores ligados à cadeia também vem do famoso ‘Caminho de Santiago de Compostela’, na Europa, por movimentar milhares de peregrinos do mundo inteiro.

Nesta primeira etapa, ramais do Norte Catarinense estão sendo trabalhados muito em parceria com o Paraná, que já articula via governo do estado 84 municípios concentrando o acervo na cidade de Peabiru.

Depois de cinco grandes reuniões realizadas acolhendo participantes, a expedição será então o marco inicial do contato com os ramais. A continuidade será a adesão formal dos municípios do Norte ao projeto e a efetividade do apoio estadual e nacional. Para isso, a articulação já está sendo feita pela Associação de Municípios do Nordeste de Santa Catarina (Amunesc).

Participaram da reunião na CVJ representantes da Secretaria Municipal de Inovação, Comunicação e Turismo de Garuva, da Secretaria de Cultura de Joinville, o engenheiro e pesquisador Ricardo Tiburcius, o diretor da Brasil Primitivo André Rockenbach, e o pesquisador Henrique Kuhne.

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