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Comissão requer barreira sanitária e ajuda do Estado na criação de leitos de UTI

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A Comissão Especial da Covid-19 da Câmara chegou ao fim hoje (17) com sete recomendações para o combate à doença em Joinville, como aumentar a testagem de pessoas sem sintomas e criar barreiras sanitárias nas principais entradas do município. O relator Fabio Dalonso (PSD) também requer ajuda do governo estadual para criação de leitos de UTI para adultos no Hospital São José.

Os vereadores reuniram-se em videoconferência, pela manhã, para apresentação do relatório final. Até ontem, 4.413 pessoas tiveram a doença, em Joinville, e 70 morreram, segundo a Prefeitura. Quando a comissão foi criada, no fim de março, eram apenas 42 casos.

Naquele momento, a Secretaria municipal de Saúde planejava fazer 60 mil testes, mas testou apenas 26 mil pessoas, ou 4,4% da população, segundo apresentação da consultora da comissão Patrícia Schroer Rüdiger. De acordo com dois estudos, a cidade pode ter de 12,4 mil a 22,4 mil ** pessoas com Covid-19, considerando a subnotificação dos casos.

A gerente de Gestão Estratégica e Articulação de Rede da Secretaria de Saúde Keli Bett disse que testes que viriam do governo estadual não chegaram, mas que foi feito um pregão para compra no último dia 14.

Bett reafirmou a posição da Prefeitura de que pessoas com sintomas de gripe devem permanecer em casa, e que isso descartaria a necessidade de “fechar tudo”. Segundo ela, um lockdown traria prejuízos para a economia e, por consequência, para a saúde.

Gastos com a pandemia

Os gastos da Prefeitura de Joinville no combate à Covid-19 somavam, até o último dia 14, R$ 6,3 milhões, podendo alcançar R$ 16,3 milhões, se considerados os valores reservados (empenhados), conforme o relatório.

Foi homologada (aprovada) a compra de 54 mil testes rápidos e 6 mil testes/serviços diagnósticos, ao custo previsto de R$ 8,09 milhões.Mas, até o último dia 14, apenas R$ 4,67 milhões foram empenhados para compra de 36 mil testes**, dos quais apenas 18 mil foram liquidados e pagos. Os testes do tipo rápido custaram R$ 95 ou R$ 98; os de serviço diagnóstico, saíram por R$ 200 cada um.

Chamou a atenção da comissão dois empenhos para aluguel de 40 ventiladores pulmonares para terapia intensiva, ao custo total de R$ 1,8 milhão, por cinco meses – custo unitário de R$ 9 mil por mês.

Segundo Keli Bett, o empenho foi feito para uma “eventual necessidade”, e que a secretaria trabalha para que isso não seja necessário. Ela justificou que não bastam ventiladores pulmonares para a terapia intensiva, como também outros equipamentos e mão de obra. “O custo é altíssimo, não é só ventilador, tem toda a mão de obra e espaço”, disse a servidora.

Pelos mesmos motivos – o alto custo e a possibilidade de os equipamentos perderem a utilidade – Bett descartou a abertura de um hospital de campanha em Joinville. “Temos que zelar pelo dinheiro público, porque a gente não pode abrir um hospital de campanha que vira depois um hospital fantasma, sem pacientes”.

Leitos de UTI

O relatório da comissão também aponta a necessidade de investimentos do governo estadual em leitos de UTI adulto no Hospital Municipal São José. Até agora, o maior aporte de recursos na cidade foi da União, de R$ 59 milhões.

Outro apontamento é que a Secretaria de Saúde passe a divulgar separadamente os números de leitos públicos e privados, para melhorar a análise da situação. A cidade tinha, no último dia 14, 97 leitos exclusivos para Covid-19, dos quais 79% estavam ocupados. Dentre eles, 34 eram da rede privada de saúde.

Todas as sugestões da Comissão Especial da Covid-19:

1 – Secretaria de Saúde deve criar barreiras sanitárias nas principais entradas e intensificar o controle nos terminais rodoviário e aeroportuário, medindo a temperatura dos passageiros;

2 – Secretaria de Saúde deve ampliar progressivamente o teste em pessoas assintomáticas;

3- A Secretaria de Saúde deve ampliar leitos de UTI adulto para Covid-19 no Hospital Municipal São José, considerando comprar leitos privados;

4 – A Secretaria de Saúde deve divulgar em seu relatório diário as taxas separadas de ocupação dos leitos públicos e privados;

5 – As Secretarias de Saúde e de Governo devem avaliar rotineiramente a manutenção do funcionamento de atividades não-essenciais que acarretem incremento do risco sanitário à população;

6 – O Governo do Estado deve auxiliar urgentemente Joinville com abertura de novos leitos, inclusive na rede privada, com auxílio financeiro ao Hospital São José;

7- O Plenário da Câmara deve enviar uma moção de apelo e o relatório da comissão ao Governo do Estado e à Assembleia Legislativa de Santa Catarina.

 

** Alterado para correção após revisão em 20/7, às 16h23.

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