Audiência pública na noite desta terça-feira (27) colocou em debate os benefícios da galvanização das estruturas de aço de Joinville, como proposto pelo vereador Manoel Bento no Projeto de Lei 96, de 2014. O método minimiza os efeitos da corrosão ao dar um “banho” de zinco nas estruturas metálicas. “Os pontos de ônibus, feitos há dois anos, estão todos podres, e poderiam durar 40 anos”, disse o vereador, justificando sua proposta.
Sua intenção é tornar obrigatória a galvanização de todo o mobiliário de ferro do município, de trave do campo de futebol a pontos de ônibus “podres”. O projeto deu entrada na Câmara em 23 de abril e agora passará pelas comissões, antes de ser votado pelos vereadores.
A representante da Fundema, Raquel de Mattos, no entanto, se mostrou preocupada com os resíduos da operação, segundo ela, “altamente poluidora”. A necessidade de galvanizar, porém, foi considerada indiscutível. “Isso é muito importante, ainda mais como em um clima como Joinville”, disse, em referência à umidade local.
Zinco
Segundo o convidado técnico da noite, Ricardo Suplicy Goes, a aplicação de zinco ao metal reduz custos de manutenção das estruturas e as torna mais seguras. Ele é gerente executivo do Instituto de Metais Não Ferrosos (ICZ), organização sem fins lucrativos que tem como associados a Anglo American e a Votorantim Metais.
O autor do projeto de lei acredita que ações como essa são evitadas pelos administradores públicos por representarem gastos extras. “A economia será sentida no futuro”, defendeu Bento.
A galvanização representa gasto adicional de 1% a 3% da obra, assegurou Goes, do ICZ. “Há países onde a corrosão consome até 5% do PIB”, comparou, citando estudo internacional.