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Secretário de Saúde detalha estratégia de combate à dengue em Joinville

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O panorama do combate à dengue em Joinville foi o foco da discussão na sessão desta terça-feira (20) na Câmara. O secretário de Saúde, Jean Rodrigues da Silva, esteve no plenário para prestar esclarecimentos aos vereadores sobre as ações do município no combate à doença.

Os números mais recentes da doença indicam que a cidade já teve 839 casos confirmados desde o início do ano. Em 2020, foram 8.730. O número menor, todavia, pode representar subnotificação. Entre os fatores relacionados, estão a tendência de que, quando um paciente é confirmado em uma casa, outros possíveis pacientes acompanhem o mesmo tratamento, inclusive com a mesma medicação, sem comparecer às unidades de saúde, explicou o Silva.

Além disso, conforme a gerente da Unidade de Vigilância em Saúde, Fabiana Fernandes de Almeida, explicou, a confirmação da infecção por dengue é feita por um exame sorológico que depende do retorno da pessoa depois de seis dias de iniciados os sintomas, quando a dengue já se torna mais leve, o que dificulta o retorno do paciente, que acaba por ser tornar indiferente à moléstia.

Por esse motivo, uma das ações que a secretaria está tomando é a viabilização de novos modelos de exames. Um deles é o “NS1”, que pode confirmar ou não a dengue já no primeiro dia de sintomas. Fabiana disse, ainda, que a testagem da dengue passará a ser descentralizada, ou seja: em mais seis unidades de saúde do município, o que possibilitaria a coleta de até 600 amostras semanais (até semana passada, a média era de 300 amostras). Os exames, porém, terão de ser agendados a partir de requisição médica. A ideia é que, no futuro, os exames possam ser realizados em todas as unidades do município.

Atualmente, os bairros mais atingidos pela doença são Itaum, Floresta e Petrópolis, embora a maioria dos focos do mosquito transmissor da doença, o aedes aegypti, se concentrem nos bairros Aventureiro, Costa e Silva e Boa Vista. A disparidade entre as situações levou a secretaria a elaborar uma estratégia de combate que consiste em duas frentes: a preventiva e a de combate propriamente dito.

As ações preventivas envolvem o monitoramento da presença do mosquito, bem como os mutirões comunitários (ações em que agentes de endemias e outros profissionais circulam em bairros para orientar cidadãos a como evitar a proliferação do mosquito) e a educação nas escolas para ensinar as crianças a combater a dengue desde cedo.

Efetividade das armadilhas

Jean ainda explicou que as estações disseminadoras (tecnologia que a secretaria obteve em parceria com a Fiocruz do Amazonas para eliminar larvas do mosquito), conseguiram reduzir em até 70% a quantidade dos insetos nas áreas em que foram instaladas. O resultado do estudo realizado pela instituição deve ser divulgado em breve e as estações devem ser aplicadas em mais lugares da cidade.

Por outro lado, a principal ação de combate é a aplicação do chamado “fumacê” em regiões já infestadas pelo aedes aegypti. Todavia, essa ação é a última a ser utilizada, sendo realizada quando todas as demais opções não reduziram a quantia de mosquitos.

A vinda do secretário teve como motivação um requerimento do vereador Henrique Deckmann (MDB), aprovado na semana passada. Deckmann apelou à população para que tenha consciência de que o combate à dengue depende de cada habitante de Joinville e relatou como uma assessora sobreviveu à dengue hemorrágica.

O parlamentar falou ainda que o custo do combate à dengue pode ser irracional, uma vez que ações simples como virar potinhos de plástico que possam acumular água acabam tendo de ser feitas por agentes de combate a endemias que precisam entrar nas casas para essa finalidade.

Lei de prevenção

Joinville possui uma lei voltada especificamente para a prevenção da dengue desde 2015, ainda que outras normas já toquem o assunto pelo menos desde 1998. A Lei Complementar nº 451/2015 foi aprovada após aumento no número de focos de mosquitos a partir de 2013.

Naquele ano, o principal bairro afetado era o Floresta. Mutirões foram realizados com a participação do conselho local de saúde, associações de moradores e de frequentadores de igrejas do bairro para a localização de focos do mosquito e conscientização dos moradores.

Em 2013, agentes de controle da dengue pediram que policiais acompanhassem as vistorias, pelas dificuldades de acesso a locais fechados, bem como por ameaças de proprietários que foram relatadas à Comissão de Saúde da CVJ.

Os ex-vereadores Rodrigo Fachini e Odir Nunes apresentaram projetos sobre o tema e a lei que entrou em vigor resultou de um intenso processo de debates na CVJ. A Lei Complementar nº 451/2015 prevê que tanto donos, locatários ou responsáveis por um imóvel mantenham ações para evitar a proliferação dos mosquitos.

Há normativas mais específicas para borracharias, oficinas de automóveis, ferros-velhos e transportadoras e locais onde haja grande quantidade de pneus, para que haja cobertura desses materiais. Em cemitérios, a Vigilância Ambiental da Secretaria de Saúde pode destruir vasos de plantas e outros objetos que possam acumular água.

A lei também criou uma obrigação para empresas e instituições que estejam em imóveis com área maior que mil metros quadrados: a criação e manutenção de uma Comissão Permanente de Combate a Focos de Mosquitos da Dengue.

Cuidados para evitar propagação do mosquito

Verifique todos os objetos e pontos de sua casa que possam acumular água parada e os esvazie e limpe com frequência. Isso pode acontecer em pratos de vasinhos de plantas, bebedouros de animais, garrafas, copos, potes, caixas d’água e piscinas. Se são objetos que precisam ficar expostos a chuvas, revise-os constantemente e os deixe emborcados.

Observe também bromélias e orquídeas, que podem reter alguma quantidade de água na parte anterior das folhas. É preciso fazer isso porque a reprodução do mosquito ocorre quando eles depositam seus ovos em água limpa e parada.

Os sintomas da dengue são febre alta, náuseas e vômitos, dor de cabeça e no fundo dos olhos, manchas vermelhas na pele, mal-estar e cansaço extremo, dores abdominais, nos ossos e nas articulações. As pessoas que manifestarem algum desses sintomas devem buscar atendimento médico na unidade de saúde mais próxima de suas casas. Em casos mais graves A DENGUE PODE MATAR.

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