Os vereadores da Comissão de Urbanismo se reuniram nesta terça-feira (8) para dar sequência à denúncia de improbidade administrativa contra o secretário da Secretaria de Infraestrutura Urbana (Seinfra), Jorge Luiz Correia de Sá, e contra o presidente do Ipreville, Guilherme Casali. Ambos confirmaram que tiveram conversas sobre a necessidade de alienação de imóveis do instituto previdenciário, mas negaram atos ilegais.
A denúncia contra Jorge de Sá e Guilherme Casali foi apresentada pelos vereadores Cassiano Ucker (Cidadania) e Sidney Sabel (União Brasil) na sessão ordinária do dia 15 de fevereiro. Conforme os dois parlamentares, a denúncia, com carta e pen-drive recebidos de forma anônima, citava suposta intermediação de Jorge de Sá para favorecer a venda e o fechamento da fábrica de tubos da Prefeitura de Joinville, e da Unidade de Pavimentação da Seinfra, dois imóveis pertencentes ao Ipreville.
Explicações
Jorge de Sá confirmou que as declarações apresentadas são dele, mas disse que não viu irregularidades nelas. As falas foram no sentido de demonstrar a valorização que os dois imóveis representam para o Ipreville, explicou o secretário. Sá ainda opinou que não há materialidade na denúncia, que não fez corretagem de imóveis e que a venda de imóveis públicos é feita via leilão.
Perguntado sobre a data das declarações, Sá respondeu ter sido provavelmente por volta de maio de 2021, em reuniões com setores operacionais das unidades citadas. Sobre a necessidade de venda da fábrica de tubos, Sá defendeu que o negócio seria necessário por a fábrica estar parcialmente interditada e com equipamentos ultrapassados.
Sobre questionamentos do processo seletivo para o cargo de secretário, Sá contou que passou por etapas de provas e entrevistas. Ele também contou que empresários da cidade lhe orientaram a tentar a vaga.
Com relação ao trecho da denúncia em que fala que “os imóveis são fáceis de vender”, Sá explicou que disse isso porque os imóveis são bons.
Inquilina
Guilherme Casali disse aos vereadores que a Seinfra é inquilina do Ipreville e, como em qualquer relação de inquilino e proprietário, existe comunicação entre ele e Jorge de Sá. Casali também explicou que a forma de leilão é o modo legal de fazer a alienação de um bem público.
Conforme Casali, o relatório da empresa GestorUm, apresentado durante as discussões da reforma da previdência dos servidores municipais, no ano passado, apontava que os imóveis do Ipreville não tinham liquidez. Ele argumentou que o relatório teria motivado alertas para desconstruir esse discurso de que esses imóveis não tinham rentabilidade ou interesse.
O presidente do Ipreville declarou estar muito incomodado com a ideia de que não se pode alienar os imóveis. Ele falou que esse ato é permitido por lei e necessário para o Ipreville.