Por sugestão do vereador Brandel Junior (Podemos), os vereadores da Comissão de Cidadania discutiram com representantes da Companhia Águas de Joinville nesta quarta-feira (29) a dificuldade que famílias em vulnerabilidade social estão enfrentando para pagar a ligação de suas casas à rede de esgoto. A companhia ainda estuda alternativas, como prestar o serviço de conexão interna, hoje feito pelos usuários, e até subsidiá-lo.
O gerente da Águas de Joinville Marcos Henrique Pires disse estar ciente das dificuldades das famílias, principalmente da região sul, e que elas poderiam comprometer a meta de dobrar para 90% da cidade a coleta e tratamento de esgoto até 2033. “Precisamos estar preparados para dar suporte à população para fazer sua conexão”, afirmou Pires.
Das cerca de 6 mil famílias cadastradas como tarifa social, 290 já foram liberadas para receber a ligação de esgoto, mas não têm dinheiro para fazer a ligação, segundo a gerente de Qualidade e Meio Ambiente da companhia, Cláudia Rocha. A companhia tem um trabalho “técnico-social” e já tomou providências, como oficinas para ensinar a fazer a própria ligação e a visita de técnicos a comunidades, intensificadas neste ano.
Valor simbólico e parcelado
Uma nova reunião foi marcada para 10 de agosto, para que os membros da comissão e os servidores da Águas de Joinville desenvolvam meios de apoiar as famílias de baixa renda.
Para o vereador Brandel Junior, o ideal seria estabelecer um teto para os custos de ligação – que variam de R$ 2 mil e ultrapassam os R$ 10 mil, dependendo da estrutura do imóvel – e cobrá-lo de forma parcelada na fatura do usuário.
Segundo o vereador, isso é necessário porque a renda das famílias não cresceu e está achatada pela inflação. “O que me preocupa é a pessoa de baixa renda, que fica endividada com qualquer coisa”, disse, “a cesta básica já subiu 40%, e a renda familiar não aumenta”.
Para cobrar do usuário e parcelar na fatura, primeiro a companhia teria de oferecer esse serviço, hoje a cargo do dono do imóvel. Uma das dificuldades de entrar nesse campo é a de precificar a ligação. De acordo com o gerente da Águas de Joinville, será preciso planejar a prestação desse serviço, que é evitado pela maioria das empresas de saneamento, que focam em ligações externas. “A gente está disposto a correr os riscos desde que nós os conheçamos”, afirmou Marcos Henrique Pires.
Ainda segundo o gerente, esse serviço poderia ser feito por um “valor simbólico”. Será possível ter mais clareza disso daqui a 90 dias, após a assinatura de dois grandes contratos de financiamento, que poderão ter parte do valor revertido a ações sociais.