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Comissão lota plenário para debater saídas para pessoas em situação de rua

Comerciantes e moradores, em linhas gerais, expuseram seu incômodo com a sensação de insegurança, calçadas sujas, abordagens inconvenientes e furtos e assaltos

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A Comissão de Saúde, Previdência e Assistência Social da Câmara promoveu na noite de terça-feira (3) uma reunião extraordinária para debater saídas para a população em situação de rua em Joinville.

Um público de mais 200 pessoas acompanhou a reunião no plenário da câmara, formado por vereadores da legislatura atual e vereadores eleitos para a próxima, secretários municipais, representantes de entidades de classe, de instituições filantrópicas, comerciantes, pessoas em situação de rua e moradores dos bairros Atiradores, Bucarein, Anita Garibaldi, Guanabara e Fátima.

As preocupações externadas foram, essencialmente, as seguintes: comerciantes e moradores, em linhas gerais, expuseram seu incômodo com a sensação de insegurança, calçadas sujas, abordagens inconvenientes e furtos e assaltos.

Vereador Wilian Tonezi (PL) discursa na tribuna na reunião

Por outro lado, os representantes de instituições filantrópicas, assistentes sociais e alguns munícipes defenderam a necessidade de uma abordagem por meio de políticas públicas que permitam acolhimento e garanta de ressocialização, no sentido de deixar a vida na rua, conseguir um trabalho estável e construir laços sociais novos e saudáveis.

O vereador Wilian Tonezi (PL) chegou a aventar uma possibilidade de colher assinaturas no início da próxima legislatura para que uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) seja aberta para investigar a situação.

Brandel Junior (PL), que preside a comissão, pediu que uma lei de sua autoria seja colocada em prática, fazendo com que o município interdite imóveis abandonados, para evitar o acesso de pessoas em situação de rua.

Manifestações

Entre os munícipes que se manifestaram, havia duas formas de compreender as pessoas em situação de rua. Havia os que entendiam que eles não teriam interesse em se ressocializar, porque teriam três refeições diárias (em referência ao serviço oferecido pelos Restaurantes Populares) e uma população disposta a dar ajuda financeira. Outros os viam com esperança de recuperação, e elencaram exemplos.

O empresário Luciano, morador do Anita Garibaldi, disse entender “que as pessoas em situação de rua tenham um encaminhamento, mas os munícipes têm que ser ouvidos. Temos que tomar atitudes que resolvam essa situação, porque cinco anos atrás tivemos a mesma reunião, e a situação só piorou”.

Luciano, empresário, falou da preocupação dos moradores

Em situação de rua, Jorge Luiz também se manifestou. “Boa noite a todos, meu nome é Jorge, eu sou morador de rua, represento pelo grupo da CIAMP dentro da prefeitura, estou aqui para procurar soluções, não apontar, não criticar, né? Eu sou um cara em situação de rua, mas não tenho passagem criminal, não roubo. A questão que, se alguém faz uso, eu deixo de fazer uso, sim, é responsabilidade deles. Temos alguns problemas que nós temos que resolver na sociedade, sobre isso, sim. Nós, moradores de rua, somos folgados, sim. Temos problemas mentais, sim.”

Jorge Luiz, em situação de rua, falou na reunião

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