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Comissão processante que investiga Mauricinho ouve vereadores

Parlamentares do MDB foram os primeiros a falar aos advogados de defesa e vereadores que integram a processante

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Na tribuna, Girardi fala a vereadores e advogados/ Mauro Schlieck/CVJ

A comissão processante da Câmara, que investiga o suposto envolvimento do vereador Mauricinho Soares (MDB) em esquema de fraude no Detran, ouviu nesta segunda-feira (19) as primeiras testemunhas. A oitiva de Mauricinho, que está preso, foi transferida para sexta-feira (23), às 15h, depois de todas as testemunhas.

As primeiras testemunhas ouvidas foram os vereadores do MDB: Claudio Aragão, Henrique Deckmann e Adilson Girardi. Eles responderam a perguntas dos advogados Milena Tomelin e Ricardo Bretanha, que defendem Mauricinho, e do relator do colegiado processante, o vereador Cleiton Profeta (PL).

Aragão afirmou que, nesses 20 anos em que conhece Mauricinho, nunca o viu cometer crimes nem atos que poderiam ser considerados quebra de decoro parlamentar. Sobre se teve ciência de que a prisão não teria a ver com crime de responsabilidade, Aragão respondeu à defesa que não teve acesso ao processo e, para opinar se houve quebra de decoro, ele teria de conhecer a denúncia, que ainda não foi julgada nem pela Justiça nem pela Comissão Processante.

Ainda respondendo à defesa, Aragão afirmou ter votado contra o afastamento de Mauricinho por não haver julgamento concluído e que enxerga um “grande risco” cassá-lo e ele ser inocentado pela Justiça, não sabendo, assim, como seu mandato seria devolvido.

Sobre sentir vergonha pelas prisões de Mauricinho — ele foi preso em flagrante por posse ilegal de arma, pagou fiança e foi liberado — Aragão respondeu a Profeta que “claro que [a prisão] mancha o Poder Legislativo, mas isso pode acontecer com qualquer um de nós, porém, o direito de defesa é sagrado”.

Claudio Aragão fala à processante/Mauro Schlieck/CVJ

À defesa, Henrique Deckmann afirmou conhecer Mauricinho desde 2016 e que, como vereador, nunca presenciou-o cometendo crimes. Disse também que soube da razão da abertura da Comissão Processante pela imprensa e que não teve acesso ao processo.

Sobre se era justa ou não uma cassação com ele preso preventivamente, e não condenado, Deckmann voltou a responder que não teve acesso ao processo e queria crer que a Justiça e a comissão processante farão essa “avaliação”.

Questionado por Cleiton Profeta se ele sentia-se “envergonhado” pelas prisões de Mauricinho, Deckmann respondeu que “qualquer situação que afete os colegas nos constrange”.

Henrique Deckmann na processante/ Mauro Schlieck/CVJ

Último a falar, o vereador Adilson Girardi disse à defesa conhecer Mauricinho desde 2008 e que nunca o viu cometendo crimes ou atos que ferissem o decoro parlamentar. Disse ainda ter conhecido a denúncia pela imprensa.

Questionado pela defesa se ele concordaria que a possível cassação dependeria de sentença judicial, Girardi disse que a Comissão Processante precisa levar em consideração todos os fatores e que ela foi formada para fazer esse julgamento.

Respondendo a Profeta sobre sentir “vergonha” pelas prisões, afirmou que um “fato dessa natureza causa constrangimento a todos os vereadores porque atinge a casa legislativa”.

Adilson Girardi na tribuna durante a processante/Mauro Schlieck/CVJ

Próximas oitivas

As próximas testemunhas serão ouvidas na sexta-feira (23), a partir das 10h, com a oitiva do deputado federal Carlos Chiodini (MDB), que falará de forma telepresencial.

 

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