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Comissão ouve moradores do Vila Nova sobre ETE

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A Comissão de Urbanismo fez nesta terça-feira (18) uma reunião para ouvir representantes de associações de moradores do bairro Vila Nova e da Companhia Águas de Joinville. Mais de 100 pessoas acompanharam a reunião transmitida pelo Youtube. A discussão é sobre a implantação de uma estação de tratamento de esgoto no bairro, em imóvel de aproximadamente 30 mil m² situado na rodovia do Arroz e às margens do rio Arataca.

É justamente esse local que está gerando discórdia já há quase nove anos. Há um temor por parte de moradores de que a estação possa gerar mau cheiro na região. Outro temor relacionado ao mau cheiro é o de desvalorização de imóveis. Nos arredores do local em que a CAJ pretende instalar a estação há loteamentos recentes.

O munícipe Nicolau Maieski afirmou que nunca houve concordância da comunidade sobre o local pretendido pela Águas. Ele sugere que a estação seja implantada na estrada Arataca. Se essa proposta fosse acatada, a estação ficaria na zona rural entre os bairros Vila Nova e Morro do Meio. Maieski afirmou ainda que morou perto da estação do Jarivatuba, mencionada algumas vezes durante a reunião, como exemplo de mau cheiro. “ Isso vai estragar a região”, disse, ao afirmar que, se o projeto está em discussão desde 2011, “não custa demorar mais três anos”.

Moradora da região, Solange criticou a construção da estação no local porque ela estaria em um imóvel que está em uma das entradas da cidade, que liga Joinville a cidades como Blumenau e Jaraguá do Sul. Ela apelou para que os munícipes sejam não apenas ouvidos, mas atendidos no apelo por mudança. Outro munícipe, Vanderlei, diz que não entende a insistência no local, porque entende que a Prefeitura acabará tendo de pagar futuras indenizações.

Alguns moradores do bairro não se opõem à instalação no local. O engenheiro Rafael Dippold, integrante do Conselho de Segurança do Vila Nova, entende que não vai promover cheiro ou degradação. Observa que atualmente o esgoto está a céu aberto. Afirma ser a favor da instalação e entende que uma mudança de lugar vai demandar outros oito anos de planejamento para a implantação da estação e um custo para as futuras gerações.

O diretor técnico da CAJ, Kamilo Reis dos Santos, afirmou que se o processo fosse reiniciado para a escolha de um outro local seriam necessários pelo menos 38 meses para obter o licenciamento, que já está pronto para o terreno escolhido pela empresa para a construção. O processo todo para o início das obras poderia ser de cinco anos.

Santos explicou também que o processo de tratamento que deve ser usado na estação do Vila Nova, lodos ativados por aeração prolongada, é diferente do que deve foi usado na estação do Jarivatuba, que usa lagoas, e foi construída na década de 1980.

Aos questionamentos sobre a CAJ não ouvir os moradores, Kamilo pontua também que a partir das audiências realizadas houve uma reelaboração do projeto em 2014. Inicialmente, o projeto utilizaria a tecnologia de reatores UASB anaeróbio, que poderiam provocar odores. O sistema de lodos ativados, por outro lado, não causaria cheiro, afirmou Kamilo.

Outro argumento de Kamilo é que o local é o que melhor atende às necessidades de autodepuração do rio Arataca. Isso significa que estudos feitos pela companhia indicam que a água tende a estar limpa o suficiente antes de desaguar no local pretendidos para captação de água no rio Piraí, 12 km abaixo.

Conforme a presidente da companhia, Luana Siewert Pretto, a CAJ pretende instalar uma estação de captação e tratamento de água para reforçar o abastecimento da Zona Sul até 2024.

Todo o debate ocorre enquanto os vereadores se preparam para a votação do Projeto de Lei 64/2020, de autoria da Prefeitura, que autoriza a Águas a contratar um empréstimo com a Caixa Econômica Federal para financiar a construção da estação. O valor contratado no projeto de lei é de R$ 25,2 milhões por meio do programa Saneamento para Todos, do governo federal.

Esse dinheiro entra em uma soma de R$ 66,8 milhões, dos quais há R$ 22,6 já usados e R$ 44,2 milhões em andamento. São 82 km de rede coletora de esgoto no bairro ainda não conectada a uma estação.

A votação do projeto de lei em Plenário está suspensa por duas semanas, conforme reforçou o presidente da Comissão de Urbanismo, o vereador Jaime Evaristo (PSC). Ele convidou os participantes da reunião de ontem para que participem de uma outra reunião a ser realizada na próxima terça, dia 25, também às 19h30, para que a CAJ explique se há possibilidade de instalação em outros imóveis.

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