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Não vamos esquecer da dengue: focos aumentaram 300% em um ano

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Câmara de Vereadores de Joinville

Em 2011, Joinville registrou o primeiro caso conhecido de dengue contraída dentro da cidade. De lá para cá, houve muitos debates e discussões na Câmara de Vereadores sobre a doença. Uma lei estabeleceu multa de quase R$ 3 mil para quem tiver foco do mosquito em casa. Mas, mesmo assim, o número de focos localizados do aedes aegipty cresceu mais de 300% entre 2018 e 2019, conforme dados da Secretaria de Saúde.

Só neste ano já foram localizados 253 focos do mosquito. Entraram no radar no começo deste ano os bairros Espinheiros, Comasa e Jardim Iririú, onde focos foram encontrados em casas, e não apenas nas armadilhas. Para os moradores desses bairros da zona leste o Serviço de Vigilância Ambiental (SVA) fará uma reunião de orientação no próxima quinta-feira, às 19h, na Escola Municipal Dom Jaime de Barros Câmara (rua João Ebert, 836, Comasa).

Na primeira semana deste ano outro bairro em que a secretaria focou ações de prevenção foi o Jarivatuba, onde uma moradora contraiu a doença em dezembro e já estava bem após atendimento, conforme a assessoria da Prefeitura. O Jarivatuba estava com 190 focos.

No ano passado, o Serviço de Vigilância Ambiental (SVA) da Secretaria da Saúde encontrou a maioria dos focos nos bairros Boa Vista (441), Fátima (268), Itaum (286), Bucarein (215).

Agentes de combate à dengue também podem, em casos extremos, entrar de forma forçada em imóveis fechados ou abandonados em que focos do mosquito possam estar em grande quantidade.

Caso os agentes encontrem irregularidades, eles vão notificar o infrator por um prazo. Se o infrator ainda não tiver resolvido a situação, uma multa será aplicada, podendo ir de duas a 10 unidades padrão municipais (índice utilizado pela Prefeitura para calcular impostos, taxas e multas). O valor da UPM varia a cada mês, mas, para você ter uma ideia, a multa pode ir de R$ 592,90 a R$ 2.964,50, dependendo da gravidade da situação.

O valor da multa também pode ser dobrado se a situação continuar, bem como a presença de larvas do mosquito também pode ampliar o valor aplicado da multa.

Casos autóctones

Ainda que a maioria dos focos, mais de 3,3 mil, estejam em armadilhas preparadas para a captura e controle dos insetos, há preocupação da Secretaria da Saúde de que a parcela de insetos que estão se reproduzindo de forma livre possam geram novos casos autóctones da doença.

Um caso é chamado de autóctone quando o contágio acontece dentro da própria cidade.

Joinville registrou quatro casos autóctones de dengue em 2019. Além desses quatro, houve outros 14 de pessoas que contraíram a doença fora do município. A chamada febre chikungunya também foi registrada em Joinville em pessoas que a contraíram fora do município.

Como o mosquito que a transmite é o mesmo aedes aegipty, os mesmos cuidados para diminuir as chances de reprodução do inseto são necessários. Além dessas duas doenças, os aedes também podem transmitir o zika vírus e a febre amarela.

Lei de prevenção à dengue

Joinville possui uma lei voltada especificamente para a prevenção da dengue desde 2015, ainda que outras normas já toquem no assunto pelo menos desde 1998.

A Lei Complementar 451/2015 foi aprovada após aumento no número de focos de mosquitos a partir de 2013. Naquele ano, o principal bairro afetado era o Floresta. Mutirões foram realizados com a participação do conselho local de saúde, associações de moradores e de frequentadores de igrejas do bairro para a localização de focos do mosquito e conscientização dos moradores.

Em 2013 agentes de controle da dengue pediram que policiais acompanhassem as vistorias, pelas dificuldades de acesso a locais fechados, bem como por ameaças de proprietários que foram relatadas à Comissão de Saúde da CVJ.

Os vereadores Rodrigo Fachini e Odir Nunes apresentaram projetos sobre o tema e a lei que entrou em vigor resultou de um intenso processo de debates na Casa. A Lei Complementar 451/2015 prevê que tanto donos, locatários ou responsáveis por um imóvel mantenham ações para evitar a proliferação dos mosquitos.

Há normativas mais específicas para borracharias, oficinas de automóveis, ferros-velhos e transportadoras e locais onde haja grande quantidade de pneus, para que haja cobertura desses materiais. Em cemitérios, a Vigilância Ambiental da Secretaria de Saúde pode destruir vasos de plantas e outros objetos que possam acumular água.

A lei também criou uma obrigação para empresas e instituições que estejam em imóveis com área maior que mil metros quadrados: a criação e manutenção de uma Comissão Permanente de Combate a Focos de Mosquitos da Dengue.

Cuidados para evitar propagação do mosquito

Verifique todos os objetos e pontos de sua casa que possam acumular água parada e os esvazie e limpe. Isso pode acontecer em pratos de vasinhos de plantas, bebedouros de animais, garrafas, copos, potes, caixas d’água e piscinas. Se são objetos que precisam ficar expostos a chuvas, revise constantemente.

Observe também bromélias e orquídeas, que podem reter alguma quantidade de água. É preciso fazer isso porque a reprodução do mosquito ocorre quando eles depositam seus ovos em água limpa e parada.

Os sintomas da dengue são febre alta, náuseas e vômitos, dor de cabeça e no fundo dos olhos, manchas vermelhas na pele, mal-estar e cansaço extremo, dor abdominal, nos ossos e nas articulações. As pessoas que manifestarem algum desses sintomas podem buscar atendimento médico na unidade de saúde mais próxima.

Reprodução autorizada desde que citada como fonte a Divisão de Jornalismo CVJ. Acompanhe nossas notícias também em facebook.com/cvjtv.


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