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Parlamentares tentam saída para clubes de futebol ameaçados de despejo

O terreno que é sede dos clubes ficam próximos ao aeroporto de Joinville e, atualmente, pertence à CCR Aeroportos, que administra todo o campo de aviação

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Imagine você estar em um espaço por mais de 50 anos e de uma forma repentina ser obrigado a pagar aluguel ou sair do local. Esta é a condição que hoje se encontram dois clubes de futebol de Joinville, o Minerasil e o Aviação. A situação foi tratada na Câmara nesta quinta (2) novamente, depois de uma audiência pública, em dezembro do ano passado.

Estiveram na reunião o presidente da CVJ, Diego Machado (PSD), o deputado federal Darci de Matos (PSD) e representantes do poder executivo e dos clubes afetados.

A intenção é encontrar uma saída para que os times possam permanecer nos locais, ou que outras áreas sejam destinadas para os trabalhos sociais continuarem. O terreno que é sede dos clubes ficam próximos ao aeroporto de Joinville e, atualmente, pertence à CCR Aeroportos, que administra todo o campo de aviação e o entorno.

Nelson de Oliveira Cercal, presidente do Aviação, explicou que, anteriormente, o espaço de 25 mil metros quadrados era utilizado pela instituição com permissão de uso, já que o local era da prefeitura. Nesta modalidade, a cada 20 anos a licença precisava ser renovada. Desde 2015 o espaço foi doado para a União e mesmo assim, o Aviação continuou utilizando o campo. Porém a área foi inserida no leilão do aeroporto e, em 2021, a CCR que venceu passou a ser a administradora. A empresa, então, solicitou, segundo os integrantes dos clubes, um pagamento mensal de R$ 96 mil de aluguel e mais R$ 9.600 de condomínio. “Como não temos condições, estamos pedindo ajuda”.

Em dezembro de 2023 o Aviação recebeu uma ordem de despejo da empresa que passou a administrar o terreno no bairro Vila Cubatão — ao lado do aeroporto de Joinville. O espaço é ocupado desde a fundação, há 72 anos. A decisão colocou a existência do time em risco e o sonho de muitos que desejam jogar futebol. O local, abriga o time amador, que existe há mais de sete décadas e disputa a Liga Joinvilense e a sede do Ecuador Futebol 7. São mais de 350 jovens matriculados, sendo que 60% deles são bolsistas, já que são de famílias carentes, que vivem em periferias da cidade, e não têm condições de pagar a mensalidade.

Darci de Matos e Diego Machado em reunião na CVJ/Mauro Schlieck/CVJ

O que disseram as partes envolvidas

O secretário municipal de Esportes disse ter recebido pedidos para que o Aviação e outros clubes não fechem. Moradores criaram um abaixo-assinado pela continuidade dos campos de futebol do entorno que, além do Aviação, recebem jogos do Teco-Teco e Minerasil.

O secretário de Administração da Prefeitura, Ricardo Mafra, explicou que o espaço é bastante amplo e que hoje o município não teria uma área equivalente para doar ou emprestar aos clubes. Mas que está à disposição para seguir colaborando.

Como o tema envolve um espaço da União, o deputado federal Darci de Matos fez uma proposição em conjunto com o presidente da Câmara, Diego Machado. Darci explicou que irá propor uma reunião com representantes da ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil), a Câmara dos Deputados, a Câmara de Vereadores e a Prefeitura de Joinville, para debaterem o tema em com o Governo Federal.

Diego Machado vai propor uma moção para que os 19 vereadores assinem em prol dos dois times de Joinville. “Eles fazem um trabalho social fantástico. Lá não são apenas pessoas jogando futebol, são sonhos em jogo. Queremos e vamos ajudar da forma que pudermos, que eles representam um grande pedaço da nossa história e merecem respeito”, explicou.

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