Numa tentativa de acelerar a fila de cirurgias bariátricas e de remoção de pele após o procedimento, vereadores estiveram, nesta segunda-feira (20), na Gerência Regional de Saúde, que administra serviços prestados pelo governo estadual.
O presidente da Comissão de Saúde, Brandel Junior (PL), Pastor Ascendino Batista (PSD), que propôs a discussão, Cassiano Ucker (PL) e Wilian Tonezi (PL) foram recebidas por servidoras e pela gerente regional de Saúde de Joinville, Graziela Vieira de Alcantara.
A visita ocorreu depois de reclamações da demora de até seis anos para agendar a cirurgia de redução de estômago, indicada para pessoas com obesidade grave, recebidas pelo vereador Pastor Ascendino Batista. Ele vai propor uma reunião pública na CVJ sobre o assunto. “É muito tempo. Algo não está certo, a gente precisa de uma explicação”, cobrou o vereador.
Segundo Ascendino, cerca de 3 mil pessoas esperam por uma cirurgia bariátrica em Joinville. Ele tem como base informações da associação de pessoas com obesidade, a Assobesimor.
Os números apresentados aos vereadores pela Gerência Regional de Saúde, no entanto, são bem menores. Segundo o Estado, 338 pessoas estão na fila para a consulta que pode determinar a cirurgia na macrorregião que compreende 26 cidades, além de Joinville. Por aqui, 140 aguardam no Hospital Regional Hans Dieter Schmidt. Desses 338 pacientes, 81 estão no mapa cirúrgico, ou seja, em processo pré-operatório.
Ouça a reportagem da Rádio Câmara Joinville 102,3 FM
O tempo de espera pode ser longo, dependendo do estado de saúde do paciente. Até ser operado, ele precisa passar por consultas com médicos, nutricionista e psicólogo. Há 9 pacientes esperando no pré-operatório desde 2018, mesmo tempo que aguarda uma pessoa esperando a cirurgia que retira a pele que sobra após a bariátrica, a chamada dermolipectomia.
Segundo a gerência, o tempo de espera depende do caso. Pode ser que o paciente precise estabilizar a pressão alta, o que impede a cirurgia, por exemplo. Mas os vereadores cobraram explicações mais precisas e agilidade no serviço.
“O que me preocupa é que hoje temos pacientes desde 2018 que estão aptos a fazer a cirurgia, mas ainda não fizeram”, explicou o presidente da Comissão de Saúde, Brandel Junior, “nós precisamos entender esses números maiores que chegam no nosso gabinete, e quando será feita a cirurgia desses pacientes que esperam desde 2018, 2019 e 2021”. A comissão vai tratar do tema novamente em 5 de junho, na CVJ.
Investimentos
O Estado tem investido para diminuir a espera, segundo a gerente regional de Saúde, Graziela Vieira de Alcantara. Uma das ações foi a política de valorização dos hospitais, que passaram a receber valores extras sobre a tabela SUS. No caso das bariátricas, SC paga cerca de R$ 2 mil por paciente sobre os R$ 4,3 mil pagos pelo SUS. “O objetivo é zerar a fila”, disse Graziela.