A Comissão de Finanças tentou, hoje, de novo, intermediar uma solução para a falta de pagamento aos pequenos empreiteiros que prestam serviços à Prefeitura de Joinville, alguns já beirando os 10 meses sem receber. O Secretário de Fazenda não compareceu, de novo, justificando licença médica. Mas o chefe de gabinete, Eduardo Dalbosco, e o Secretário de Administração, Márcio de Cisne, sim. O correligionário mais próximo do prefeito Carlito Merss disse que a falta de pagamento está relacionada a uma necessidade legal de deixar os cofres da Prefeitura em dia para a próxima administração. Em contrapartida, Dalbosco admitiu que a dívida com fornecedores já chega a R$ 50 milhões.
“Precisamos cumprir com as determinações legais e, especialmente, honrar as folhas de pagamento e os compromissos previdenciários e com os fundos constituídos. Só após isso é que retomaremos o pagamento aos fornecedores, dando, como em outros anos, prioridade aos pequenos empreiteiros”, afirmou o chefe de gabinete. Como a expectativa é de haver convocação extraordinária da Câmara de Vereadores, o assunto deve voltar a ser discutido na Câmara no dia 18 de dezembro.
A postergação, uma vez mais, frustrou a expectativa dos empreiteiros. Eles esperavam ouvir de Dalbosco que, pelo menos, uma parte da dívida seria quitada, permitindo o pagamento de um percentual do 13º de seus funcionários. Dalbosco disse que o prefeito eleito Udo Döhler é quem poderá saldar o débito com os fornecedores, já que “a partir do dia 9 de janeiro ele poderá contar com os R$ 60 milhões esperados com a arrecadação do IPTU 2013”, cujos carnês já começaram a chegar às casas dos joinvilenses.O presidente da Comissão de Finanças, Patrício Destro, cobrou informações sobre a arrecadação com o Programa Recuperar 2, aprovado mês passado pela Câmara para que a Prefeitura pudesse reaver débitos de contribuintes inadimplentes. Dalbosco não soube dizer quanto foi arrecadado. “Essa informação seria com o secretário de Fazenda, mas ele, infelizmente, não teve como comparecer”, lamentou o chefe de gabinete.
Um dos empreiteiros presentes à reunião, Claudir Heff, fez um apelo para que sejam pagos pelo menos 10% ou 20% e desabafou: “Quer dizer que quinta-feira que vem acaba o mandato de vocês, vão todos para a praia, Balneário Camboriú, etc e tal…, dinheirinho no bolso, 13º e tal, e os empreiteiros aqui, quebrados, e vocês nem aí para nós. Sejam honestos, coloquem a mão na consciência. Arrumem 10% ou 20% da dívida para cada um, antes que dê um enfarto em algum pai de família aí, que está com o caminhão parado por falta de pagamento, porque nem o dinheiro para o chocolate dos nossos filhos no natal nós temos”.