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Comissão de Educação debate impactos da burocracia digital na saúde de servidores

A discussão, que incluiu vereadores, sindicatos e educadores, destacou a sobrecarga de tarefas administrativas e a desvalorização da profissão

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RESUMO:Em audiência pública, a Comissão de Educação discutiu o impacto da burocracia digital na saúde dos professores municipais. O debate, que incluiu vereadores, sindicatos e educadores, destacou a sobrecarga de tarefas administrativas e a desvalorização da profissão. Uma pesquisa da UFSC revelou que 65,7% dos professores sofrem de problemas de saúde mental e 27% já tiveram pensamentos suicidas. Os participantes criticaram a burocracia por prejudicar o processo pedagógico. Em resposta, a Secretaria de Educação prometeu um novo sistema acadêmico e a realização de concursos para reduzir o número de alunos por turma.

A Comissão de Educação realizou audiência pública na noite desta segunda-feira (18) para discutir os impactos da burocracia digital, informatização e procedimentos administrativos nas condições de trabalho dos servidores municipais, especialmente da educação. O debate no plenário reuniu professores, representantes de sindicatos e técnicos da Secretaria de Educação.

A proponente do debate, vereadora Vanessa da Rosa (PT), argumentou que a burocratização dos processos pedagógicos afeta a saúde dos servidores e de suas respectivas famílias. Ela reconheceu procedimentos necessários, mas avaliou que a tecnologia não favorece os servidores como deveria e que o processo pedagógico fica de lado. A parlamentar relatou casos de professores adoecendo em salas de aula e atribuiu a ausência de docentes na audiência ao “medo de represália”.

A vereadora Liliane da Frada (Podemos) criticou a desvalorização da carreira de professores no Brasil, mas avaliou que a secretaria está aberta para ouvir demandas.

Críticas à desvalorização e adoecimento

A presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (Sinsej), Mara Tavares, declarou que repasses de tarefas de recursos humanos e preenchimento de planilhas aos professores demonstram “falta de preocupação com a qualidade do ensino”.

Viviane Miranda, do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinte), também criticou o excesso de preenchimento de diários e planejamentos e apresentou dados de pesquisa realizada com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC): 65,7% dos professores relatam problemas de saúde mental e 27% confessam já ter tido pensamento suicida.

Professor Maciel Frigotto fala em audiência/Mauro Schlieck/CVJ

Professores presentes na tribuna reforçaram as críticas. Maciel Frigotto refletiu que “a educação vive uma crise de significado” com professores tratados “como máquina” e alunos “como números”. Para ele, os números do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) são mentirosos, porque os alunos não são treinados para aprender, mas para passar em uma prova.

Isabela Corrêa defendeu a redução do número de alunos por professor. Segundo ela, a rede municipal tem média de 20,5 por sala, ante 13 na rede estadual e 8 no ensino federal. Isabel ainda alertou para o assédio moral nas escolas.

Em outras manifestações, Ivan Araújo e Otanir Mattiola atribuíram a baixa participação na audiência à sobrecarga de trabalho e complementação de renda dos professores em outras redes de ensino.

Representantes da Secretaria de Educação (fila da frente)/Mauro Schlieck/CVJ

Resposta da Secretaria de Educação

A diretora executiva Giani Magali da Silva de Oliveira informou que o município adquirirá um novo sistema acadêmico para relatórios mais práticos e destacou concursos públicos para reduzir o número de alunos por sala. Sobre assédio moral, afirmou que há ações para o banimento deste comportamento na secretaria.

Já o diretor Cleberson Mendes afirmou que a formação continuada segue normativas federais e necessidades apontadas pelos professores.

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