A Comissão de Educação recebeu, nesta quarta-feira (27), os sindicatos que representam os professores que atuam em Joinville. O objetivo do debate virtual era saber quais são os problemas enfrentados pelos profissionais da educação após a suspensão das aulas presenciais.
Os sindicatos relataram que os professores estão sobrecarregados. O Sinsej afirmou que, ao contrário da promessa da Secretaria de Educação, há casos de quebra de contrato de trabalho com professores temporários.
O Sinpronorte, que representa os professores da rede particular de ensino do norte de Santa Catarina, informou que os professores têm tido sobrecarga de trabalho devido ao modelo de ensino não presencial.
O presidente do Sinpronorte, Lourivaldo Rohling Schülter, chamou atenção também para o fato de que muitos professores da rede privada de educação infantil trabalham para centros de educação infantil conveniados com a Prefeitura.
“Esses CEIs em geral não têm todas suas vagas custeadas pelo município, uma parte de seus alunos são pagantes e muitos pais estão suspendendo contratos. Isso pode ser um problema futuro de risco dessas unidades acabarem fechando. Além do risco de desemprego para os professores, vemos um problema para a Prefeitura que talvez futuramente não terá esses CEIs para alocar as crianças”, explicou.
A presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Joinville (Sinsej), Jane Becker, afirmou que o ensino não presenciou também causou sobrecarga de trabalho para os professores do município.
“Muitos professores, em razão do seu comprometimento com a educação e com os alunos, disponibilizaram seus contatos pessoais de Whatsapp para os alunos e pais de alunos, o que fez com que os profissionais não tivessem mais horário de trabalho definido” alertou. Segundo ela foram puladas etapas do planejamento para o ensino nesse formato e os professores não tiveram a formação necessária para uma plataforma com a qual não tinham relação. “Dessa forma o ensino e aprendizagem não acontecem de fato”, avaliou.
O coordenador em Joinville do Sindicato dos Trabalhadores em Educação na Rede Pública de Ensino do Estado de Santa Catarina (Sinte), Adriano Mesnerovicz, afirmou que a sobrecarga de trabalho também é o principal problema enfrentado pelos professores da rede estadual de ensino. “Os professores estão com um peso de trabalho além do que um profissional consegue, pode e deve fazer”, afirmou.
O representante do sindicato disse ainda que o governo do estado tem demorado para entregar os kits de alimentação escolar a muitos estudantes.
Contratos de Admissão de Professores em Caráter Temporário (ACT)
A presidente do Sinsej afirmou que recebeu denúncias de que contratos de admissão de professores em caráter temporário (ACTs) foram rescindidos antes do término do prazo de vigência. A Secretaria de Educação havia informado, em reunião anterior da Comissão de Educação, que não haveria demissão de professores temporários antes do previsto em seus contratos de trabalho.
“O governo Udo descumpriu o que havia prometido e está demitindo auxiliares de educador e professores antes do fim do período do contrato, colocando esses profissionais em séria vulnerabilidade social, já que dificilmente conseguirão emprego neste contexto de pandemia”, disse.
A representante do Sinsej afirmou ainda que recebeu informações de pelo menos três escolas do município em que quem está fazendo o planejamento de aulas online é a direção, por causa de falta de professores. “Ou seja, estão faltando professores porque o município não está repondo os ACTs”, disse.