A falta de segurança, assaltos, furtos, homicídios e outros crimes registrados em Joinville motivou a ida de vereadores a Florianópolis nesta quinta-feira (12) para uma reunião com o comandante-geral da Polícia Militar de Santa Catarina, Dionei Tonet. Como resposta, eles tiveram a garantia da reposição dos policiais que estão se aposentando este ano e um possível aumento no efetivo já para 2022.

A iniciativa da reunião partiu do vereador Pastor Ascendino Batista (PSD), presidente da Comissão de Proteção Civil e Segurança Pública, que entregou a Dionei Tonet uma moção por mais policiamento. O encontro foi na sede do comando-geral da PM, na capital. Ascendino Batista destacou que “Joinville precisa de um olhar mais atento, pois está localizada em um ponto estratégico, perto dos estados do Paraná e de São Paulo, também margeada pela Baía da Babitonga, que liga os portos de Itapoá e São Francisco do Sul, favorecendo assim a criminalidade”.

Já o vereador Brandel Junior (Podemos), que acompanhou a reunião, afirmou que Joinville realmente precisa de uma atenção especial. “Toda a cidade está sofrendo, mas especialmente a zona sul, que está tomada pelo crime organizado. Estamos percebendo também o crescimento de assaltos relâmpagos. Mais policiamento iria inibir esse tipo de ação”, defendeu o parlamentar.

O presidente da Câmara, Maurício Peixer (PL), destacou o problema social que Joinville enfrenta. “Hoje, nossa cidade precisa lidar com o elevado número de moradores em situação de rua. Problemas sociais desse tipo também favorecem a criminalidade. É preciso mais ação do governo estadual”, cobrou Peixer.

Também acompanharam a reunião os vereadores Claudio Aragão (MDB) e Luiz Carlos Sales (PTB), integrantes da Comissão de Proteção Civil. Enquanto Aragão reforçou que Joinville é cortada pela BR-101, uma rodovia federal que favorece a entrada e saída rápida de criminosos, Sales lembrou dos furtos de portões de alumínio e violência doméstica que têm aumentado nos últimos meses.

Os vereadores saíram da Capital satisfeitos e na certeza de que Joinville receberá novos policiais militares já no início do próximo ano. Dionei Tonet garantiu esse “olhar especial” para Joinville, já que é a maior cidade do Estado em número de habitantes. “Os novos policiais irão primeiramente repor os que estão saindo este ano para não haver déficit”, afirmou do comandante. Na sequência, será feita uma distribuição dos demais para diferentes municípios, entre eles Joinville.

Os 500 novos policiais que estão em formação participarão inicialmente da “operação veraneio” e, a partir do mês de março, serão distribuídos por SC. Além do aumento de contingente, até o final deste ano estão previstos mais veículos, armamentos e equipamentos para Joinville, garantiu o comandante-geral da PM.

Números

Em fevereiro, o tenente-coronel Celso Mianarczyki Júnior, comandante do 8º Batalhão da Polícia Militar, em Joinville, apresentou aos vereadores da comissão de Proteção Civil um panorama estatístico dos principais crimes cometidos (e registrados) na cidade em 2020. Em suma, foram em torno de 36 mil ocorrências no ano passado.

Segundo o oficial, 500 pontos de drogas foram desarticulados, 210 mandados de prisões foram cumpridos e mais de 700 averiguações de violência doméstica foram realizadas. O tenente-coronel também correlacionou a redução de 23% do efetivo com o crescimento populacional perto disso nos últimos 20 anos. Destacou, todavia, que, no mesmo período, o policiamento tornou-se mais eficiente e otimizado, compensando a queda no número de policiais à disposição.

Segundo o comando do 8º BPM, a estimativa é que este ano Joinville tenha, em média, 313 policiais militares no patrulhamento da cidade. No entanto, ainda em Florianópolis na tarde desta quinta-feira (12), os vereadores lembraram desses dados e cobraram a volta dos postos da PM, não apenas o patrulhamento. Joinville conta hoje com um efetivo de aproximadamente 700 policiais militares.