O atendimento a pessoas com transtorno do espectro autista foi o assunto da reunião desta quarta-feira (6) da Comissão de Saúde, presidida pelo vereador Kiko do Restaurante (PSD). Mães de crianças e jovens com autismo reclamam que a espera por atendimento tem sido grande. Elas relatam ainda que o tratamento de pacientes com autismo só é feito até os seis anos de idade, exceto em casos mais graves.
Na visão do vereador Maurício Peixer (PL), que propôs o debate para saber do Executivo como é a política de atendimento aos pacientes com autismo, ficou claro na reunião que o Núcleo de Atenção Integral à Pessoa com Deficiência Intelectual e Transtorno do Espectro do Autismo (Naipe) precisa de aparato melhor para atender os pacientes com transtorno de espectro autista. O vereador Cassiano Ucker (Cidadania) opinou que não se pode abandonar os pacientes após uma certa idade, tendo em vista que o transtorno do espectro autista não tem cura.
Para a mãe de criança com transtorno do espectro autista, Roseane Leite, se o atendimento é interrompido, a criança pode ter retrocessos em seu tratamento. Vania Schimerski, também mãe de um paciente com autismo, afirmou que o Naipe chega a ser insalubre, porque, apesar dos esforços dos profissionais de saúde, não têm estrutura para atender os pacientes. Ela também reclamou que as famílias têm dificuldades de deslocamento até o Naipe. Outra mãe de paciente, Viviane de Souza opinou que o atendimento para pacientes com autismo precisa de ajustes.
A coordenadora do Naipe, Gislaine Batista, explicou que os protocolos de atendimento do Ministério da Saúde priorizam o atendimento de 0 a 3 anos, porque é necessário garantir a estimulação precoce. Após isso, o atendimento até os seis anos também é feito, mas muitas vezes depende da capacidade da unidade de saúde. Segundo Gislaine, há cadastramento para instituições que tenham interesse em atender pacientes com autismo acima de seis anos, que a rede pública não tem consegue atender, mas em Joinville não há instituições que se enquadrem.
De acordo com a coordenadora, o Naipe tem uma equipe de 40 profissionais, quantidade que não seria suficiente. Existe uma lista de espera de 126 pacientes esperando o primeiro atendimento e mais 479 esperando as terapias, que deveriam acontecer de modo continuo, com atendimentos semanais.