Os vereadores prestaram solidariedade, na sessão desta terça-feira (23), aos 33 feridos no desabamento de uma calçada sobre galeria fluvial, na noite de ontem, durante abertura das festividades do Natal Cultural, em frente à Prefeitura. A reunião foi aberta com a leitura de trechos do relatório final da CPI do Rio Mathias pelo presidente da comissão, Wilian Tonezi (Patriota), que apurou supostos ilícitos e responsáveis pelas obras ainda sem conclusão.
Na manhã de hoje, um grupo de vereadores visitou o local do acidente e reuniu-se com o prefeito para dialogar sobre as providências necessárias. Ainda de manhã, a CVJ emitiu nota informando que acompanha e participa ativamente junto com o Ministério Público Federal do esclarecimento quanto aos relatórios e os fatos apontados pela CPI do Rio Mathias.
Quando foi concluída a CPI do Rio Mathias, em junho, existiam mais de 20 mil páginas de documentação, fatos, indícios e instrumentos de prova. Para auxiliar o MPF, foi feito um sumário com todos os documentos e que agora continua a ser acompanhada toda a apuração. O objetivo é esclarecer onde estão as bases das conclusões que a CPI teve durante seu período de trabalho.
Na sessão, o presidente Maurício Peixer (PL) prestou solidariedade às famílias e enalteceu o trabalho das equipes de salvamento. Parabenizou o prefeito Adriano Silva (Novo) por chamar os vereadores para expor o que aconteceu e abrir para o diálogo. “Nós cobramos para que a Prefeitura possa fazer a contratação imediata da perícia, conforme apontou a CPI. Joinville não pode mais sofrer as consequências das obras malfeitas do rio Mathias”, disse.
Cassiano Ucker (Cidadania), que é médico e esteve no local prestando socorro, disse que a população merece o Natal Cultural, contudo, o imprevisto foi muito ruim e, de novo, relacionado ao rio Mathias. Segundo ele, poderia ser pior, no caso de uma maré cheia, por exemplo, e que a Câmara, como fiscalizadora, tem que trabalhar para que situações como a de ontem não aconteçam.
O vereador Sidney Sabel (Democratas) solidarizou-se com as vítimas do acidente e parabenizou Cassiano pela atitude de ir lá fazer atendimento, num gesto de um líder e de um grande profissional. O evento continuou depois do episódio, mas, segundo ele, não deveria ter continuado, porque não havia clima e o prefeito deveria ter cancelado o evento e acompanhado as vítimas ao hospital.
Claudio Aragão (MDB) prestou solidariedade às famílias e disse que a maré estava baixa, por sorte. Disse, ainda, que continuar o evento poderia trazer riscos a quem estava lá, e que deveria ter sido cancelado o evento, em respeito às pessoas que caíram. Teve conversa hoje de manhã no Seinfra, e que o concreto estava lá há mais de 50 anos, e colocaram mais de 10 toneladas em cima. Segundo ele, eram 12 placas de concreto de 300 kg cada, que foram postas em agosto deste ano.
Érico Vinicius (Novo) elogiou a organização do evento Natal Cultural, o coral da Escola Adventista, com 600 crianças, mas infelizmente aconteceu o acidente e organizadores paralisaram o evento, e só depois que souberam que não havia gravidade e foram atendidos, continuou o evento. Disse que assistiu à preocupação do prefeito e que sua decisão teve referência em grau de risco do corpo de bombeiros, que era estável. O Executivo está apoiando as vítimas, disse o vereador.
Lucas Souza (PDT) saudou as pessoas que prestaram socorro e disse que é cobrado a dar uma resposta ao joinvilense. Muitos vereadores foram ao local e que a perícia vai apontar o que levou ao rompimento do concreto armado. Apresentou requerimento para que na próxima segunda os secretários responsáveis pelas intervenções feitas neste ano compareçam à Câmara. Disse não querer crucificar ninguém, mas precisam de respostas.