Motivo de divergência entre comerciantes e ciclistas, a ciclofaixa da rua Olavo Bilac, principal rua do comércio em Pirabeiraba, foi discutida em audiência pública da Comissão de Urbanismo, presidida pelo vereador Wilian Tonezi (PL), na noite desta terça-feira (15), na igreja Sagrado Coração de Jesus. 

Os lojistas são contrários à ciclofaixa pela perda de vagas de estacionamento, que penaliza principalmente os idosos, que têm menos mobilidade. Além disso, eles criticaram a subutilização da ciclofaixa. Já os ciclistas do grupo Pedala Joinville defendem a manutenção da ciclofaixa, como parte do Plano de Mobilidade, e pela segurança de quem pedala na via.

Segundo o vereador Diego Machado (PSD), que mora em Pirabeiraba e sugeriu a reunião, esse debate não começou agora. Ele mostrou um abaixo-assinado com 1.800 adesões pela volta das vagas de estacionamento. Machado argumentou que os moradores não são contra a ciclofaixa, executada há cerca de um ano pela prefeitura, mas querem adequações.

O empresário Fernando Nava, por exemplo, disse que tentaram um acordo com o Pedala Joinville, mas que eles foram intransigentes. Nava também argumentou que os ciclistas não usam a faixa destinada a eles e transitam pela calçada. 

Fernando Nava, empresário, quer a volta das vagas de estacionamento

Para o fundador do Pedala Joinville, Laércio Batista Júnior, o direito ao espaço público é de todos, não só dos motoristas de automóveis. Ele também falou que a ciclovia proporciona saúde aos moradores de Pirabeiraba e que é uma obrigação do poder público proteger o ciclista. 

Laércio Batista, do Pedala Joinville, diz que o direto ao espaço público é de todos

O que disse a prefeitura

Adequações para resolver o impasse estão nos planos da prefeitura. Diretor da Secretaria de Planejamento Urbano, Paulo Henrique Klein, apresentou como alternativa a mudança da ciclofaixa para outra rua, a 27 de maio, restabelecendo as vagas de estacionamento da Olavo Bilac, que passaria a ser uma ciclorota. As ciclorotas são áreas de trânsito mais lento. 

Mas a mudança ainda depende do aval do Ministério Público, que forçou a prefeitura a instalar a ciclofaixa, em 2023, com um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). “Nós não podemos simplesmente chegar lá e arrancar a ciclofaixa”, afirmou o diretor do Detrans, Paulo Rigo. 

O vereador Diego Machado disse que, se não for possível um acordo com o Ministério Público, a questão vai parar na Justiça. “Se não tiver um acordo, vamos procurar a via judicial, porque a vontade da maioria tem que prevalecer”, afirmou.

Pirabeiraba tem 1.820 metros de ciclofaixas.

Para Diego Machado (em pé), sem acordo, questão pode parar na Justiça

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