Nesta segunda-feira (11), a Comissão de Economia reuniu vereadores, secretários municipais e representantes de entidades para debater os possíveis impactos do aumento de tarifas de importação pelos Estados Unidos – o “tarifaço” – no município. Secretários alertaram para riscos à geração de emprego e redução da produção, enquanto os parlamentares aprovaram a elaboração de uma moção de apelo a órgãos federais.

O proponente da reunião, vereador Alisson (Novo), defendeu a mitigação dos danos à economia local. Ele afirmou que a ampliação das tarifas, anunciadas pelos EUA em julho e ativas desde a semana passada, decorre da “inabilidade diplomática” do governo brasileiro em negociar.

O secretário de Desenvolvimento Econômico, William Escher, explicou que o tarifaço de Trump é uma ação global para recuperar o protagonismo dos EUA. Ele citou a “Investigação 301”, que analisa o impacto do Pix brasileiro ao sistema econômico dos EUA e pode resultar em novas taxações.

Escher destacou que o maior impacto do tarifaço para Joinville não será na arrecadação, e sim na geração de emprego, devido à insegurança das empresas. Já o secretário da Fazenda, Fernando Bade, avaliou que o impacto não é catastrófico, mas será percebido. Ele descartou desemprego em massa, mas admitiu que as empresas poderão ter que reduzir a capacidade produtiva.

Conforme Bade, 20% das exportações joinvilenses têm como destino os EUA, com cinco grandes empresas responsáveis por 94% desse volume. Sobre a busca por novos mercados, ele ressaltou o complicador da customização da produção de determinadas mercadorias para atender especificamente às exigências do mercado dos EUA.

Moção de apelo

A Comissão de Economia aprovou a elaboração de uma moção de apelo ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Ministério das Relações Exteriores (MRE) e Senado Federal. O documento pede pressão diplomática para negociação das tarifas e medidas de auxílio aos setores afetados.

A presidente da comissão, vereadora Vanessa Venzke Falke (Novo), reconheceu que “em nível municipal, não há muito o que ser feito”, mas defendeu um plano de ação. O vereador Franciel Iurko (MDB) reforçou o pedido para “não deixar que a população sofra” e cobrou ações dos deputados catarinenses.

Representante da CDL no encontro, Diego Petry cobrou abertura de negociação, afirmando que “infelizmente é o trabalhador que vai sofrer”.

Frente Nacional de Prefeitos

Bade integrou a comitiva da Frente Nacional de Prefeitos (FNP) que, na semana passada, se reuniu com o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB). Na ocasião, o grupo entregou uma série de pedidos, como o de não retaliação das tarifas (para evitar aumento de custos produtivos no Brasil), inclusão da indústria automotiva pesada na lista de isenções dos EUA, desoneração da folha de pagamento e linhas de crédito para setores afetados.

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