Os vereadores Patrício Destro e Zilnety Nunes, membros da Comissão de Cidadania, reuniram-se hoje com o presidente da Conurb, Francisco de Assis Nunes, com o diretor técnico da empresa, Renato Godinho, e com o tenentes-coronéis Edivar Bedin e César Nedochetto, da Polícia Militar, para esclarecimentos sobre as dúvidas que têm pairado sobre os joinvilenses a respeito da competência de cada lado na fiscalização e na aplicação de multas do trânsito.
Assis assumiu há poucas semanas o comando da Conurb e disse na reunião que pretende transformar a empresa de economia mista “em uma indústria da educação para o trânsito”. Tal termo surgiu em uma resposta à pergunta da vereadora Zilnety Nunes, que usou outro termo: “indústria da multa”.
O novo presidente da Conurb mostrou relatórios financeiros para provar que “não há indústria da multa em Joinville”. De acordo com o documento, foram arrecadados R$ 10.801.923,00 em infrações de trânsito no ano de 2010. Deste valor, 48,7% vieram dos equipamentos eletrônicos de fiscalização, ou seja, dos radares ou “pardais”. Em contrapartida, o mesmo documento mostra que as despesas da companhia com trânsito, no mesmo ano, teriam chegado a R$ 11.284.035,00, déficit de pelo menos R$ 482 mil, segundo Assis.
O vereador Patrício Destro foi o mediador do “minidebate”. O parlamentar questionou os representantes da PM sobre os valores recebidos nos repasses oriundos das multas e o que eles consideram como conduta correta para um agente de trânsito.
O tenente-coronel Edivar Bedin acha que a finalidade é fiscalizar. “Eles têm um papel importante, mas tem que haver o disciplinamento”, opinou o comandante do 8º Batalhão de PM/SC. O tenente-coronel César Nedochetto informou que a Polícia Militar da região recebeu R$ 708.520,84 daqueles R$ 10 milhões.
Bedin propôs que a Conurb e a corporação trabalhem em conjunto. O militar adiantou que um novo convênio está sendo elaborado entre as partes. No documento, as prerrogativas de cada entidade estará mais evidente, evitando conflitos institucionais e permitindo à população conhecer melhor seus direitos.
O comandante pediu, ainda, que a Conurb aproxime-se mais da PM, no sentido de fornecer os cronogramas das blitze, de modo que as duas entidades atuem conjuntamente. No entendimento de Edivar Bedin, a PM deve garantir a segurança dos agentes e dos cidadãos, enquanto a Conurb aplica as multas, quando necessárias.
Francisco de Assis prometeu aproximação neste e em outros aspectos. “A primeira mudança que já determinamos é tirar as blitze dos horários de pico, que só serviam para atrapalhar a vida do cidadão trabalhador. E, agora, vamos trabalhar conjuntamente com a PM para humanizar o nosso trânsito e, assim, reduzir os gastos no tratamento de acidentados, na recuperação de danos materiais, nas indenizações”, argumentou o presidente da Conurb.
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