Pelo menos quatro ou cinco jovens atendidos pela Associação para a Integração Social de Crianças e Adolescentes Especiais (Apiscae) estão cotados para realizar estágio na Câmara de Vereadores de Joinville. Eles ocupariam as vagas destinadas a pessoas deficientes que ainda não estão preenchidas. Nesta tarde, o presidente Odir Nunes esteve na entidade, que fica no bairro Glória, para conhecer o trabalho desenvolvido e para estabelecer um primeiro contato com os alunos.
Ao todo, são 40 adolescentes e jovens, de 16 a 28 anos, com deficiência intelectual, segundo a coordenadora Sandra Pedrelli. Esses alunos recebem atenção nas áreas social e de saúde – com alimentação, prática de esportes e apoio de psicólogos, assistentes sociais, pedadogos e terapeutas – e cursos diversos com foco na capacitação profissional. O objetivo da Apiscae é inseri-los no mercado de trabalho.
Um destes candidatos a um emprego é o Moacir Zimmermann, de 19 anos, um dos mais comunicativos do grupo. Moacir recebe o apoio da Apiscae há quatro anos. Ele adora preparar o lanche comunitário que ocorre todas as quartas-feiras na associação. Gosta também de jogar futebol e basquete com o colega Fabrício Souza Leal, de 17 anos, e de cuidar da Ayla, uma dócil cadela de pelo preto e brilhoso, da raça Labrador, que é a mascote da turma.
Juntos, Moacir e Fabrício (na foto, os dois jovens à esquerda da mesa) já estão treinando numa das oficinas de capacitação. Segundo Sandra Pedrelli, é o primeiro passo rumo à conquista do emprego com carteira assinada. Nesta tarde, eles estavam empacotando componentes para uma empresa joinvilense, cujo nome prefere-se que não seja publicado, que colabora financeiramente com a Apiscae.
Aliás, informa a coordenadora, 90% dos alunos são atendidos gratuitamente. Os pais que têm condições financeiras colaboram como podem. O restante dos recursos é obtido junto a projetos de incentivo fiscal e por meio de subvenções sociais da Prefeitura. A sede da entidade é cedida pela proprietária de uma confeitaria no mesmo bairro.
Os jovens que poderão ser selecionadas na Apiscae ocuparão as vagas destinadas a pessoas com deficiência, que são sete, embora apenas duas estejam ocupadas. Se contratados, serão alocados nos setores administrativos da Câmara, com vínculo restrito ao Poder Legislativo e, não, a este ou aquele vereador. O valor da bolsa-auxílio é de R$ 400 por mês, por quatro horas diárias de estágio.
Afora estas sete vagas, outras poderão ser abertas, beneficiando mais entidades de Joinville, caso o Projeto de Resolução 3/2011, que figurou nos últimos dias na pauta regimental, venha a ser aprovado nas próximas sessões. A norma propõe a ampliação de 18 para 29 o número total de vagas de estágio na Câmara.