A afirmação é do diretor do Departamento Nacional de Auditoria do SUS (DENASUS), Adalberto Fulgêncio do Santos Juínior. Ele complementou esclarecendo que pelo porte da cidade é preciso de uma auditoria multidisciplinar e democrática. Para o auditor, quem está atuando na área não pode entender só de saúde em si, mas é preciso entender muito de gestão e muito de mercado. No caso da saúde em Joinville, Fulgêncio admitiu que a cobertura do Programa da Saúde Família está abaixo do ideal, atingindo apenas 37%. E compensou: “O que devemos ressaltar é que as equipes que estão trabalhando atuam muito bem”.

Ainda sobre a questão da gestão, o diretor usou como exemplo o número de mamógrafos espalhados pelo país . “Atualmente o número é suficiente para atender todas as mulheres, o problema é ter um técnico de manutenção, um operador e um médico para manusear a máquina. Como colocar uma equipe dessas no interior da Amazônia?”, questionou. “Isso é que precisamos resolver”, argumentou o diretor do DENASUS, durante palestra no Fórum Regional “A Saúde Tem Remédio”, da Escola do Legislativo da Câmara de Vereadores de Joinville (CVJ), coordenado pelo vereador Alodir Alves de Cristo, presidente da Comissão de Saúde.

Outro problema apontado pelo auditor é o desperdício no SUS.

Segundo Fulgêncio esse problema é maior que o da corrupção no setor. Hoje, o Ministério da Saúde conta com uma verba de R$ 90 bilhões, deste total 97% são aplicados diretamente nos Estados e municípios. “É dinheiro direto na veia”, brincou o diretor do DENASUS.

Na avaliação do palestrante a aplicação desse recurso deve ser discutida com o cidadão. O SUS cobre hoje 200 milhões de pessoas, o Brasil é o único país do mundo que cobre mais de 100 milhões de pessoas, o orçamento que não é pequeno, por isso gestão e financiamento são fundamentais.

 Entre os pontos positivos do SUS, Fulgêncio ressaltou o programa de transplantes que hoje é o maior do mundo. “A confiança no sistema também deve ser levada em consideração. Exemplo disso, é que famílias respeitam a fila, as reclamações são mínimas, mesmo em caso de morte do familiar”, avalia o diretor do DENASUS.

Foto de Sabrina Seibel

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