A situação do serviço de táxi adaptado para portadores de deficiência física foi debatida na reunião de hoje da Comissão de Participação Popular e Cidadania. Falta de atendimento para os deficientes, irregularidades durante as corridas e pequena frota de veículos adaptados foram alguns dos tópicos mais discutidos pelos presentes.

De acordo com o voluntário do Conselho Municipal de Direitos da Pessoa com Deficiência (Comde) Mário Silveira, já oferta de cursos pelo próprio conselho para os taxistas que teriam o veículo adaptado. A finalidade era a de lidar melhor com os cadeirantes. Porém, muitos não atendem essas pessoas mesmo tendo veículo adaptado e curso preparatório.

“Muitos mentem dizendo que estão ocupados ou em outros locais quando algum cadeirante liga. São poucos os que realmente querem atender. Se continuar assim, cada vez mais deficientes serão deixados de lado pelo serviço”, diz Mário.

Segundo ele, as reclamações chegam ao Comde todos os dias e eles já não sabem mais o que fazer para resolver o problema. “Os problemas são muitos. Quando alguns taxistas os atendem, ainda pedem para que digam antecipadamente onde estão e onde desejam ir, porque se o caminho for curto e não valer a pena para eles, acabam cancelando a corrida”, conta Mário.

A vereadora Zilnety Nunes (PSD), diz que deveriam haver multas para aqueles que não cumprem o serviço e não atendem os deficientes como se deveria. “Temos que fazê-los pagar multas, é o jeito. Isso não pode continuar. Devem sim ser punidos o mais rápido possível”, opina.

Já o gerente de transportes e vias aéreas da Secretaria de Infraestrutura Urbana (Seinfra), Glaucus Folster, informa que atualmente esse tipo de punição não é possível pela secretaria. “Nossa fiscalização sobre o assunto é extremamente difícil. Não temos como provar essas coisas, muitas vezes não se tem o nome dos taxistas ou provas. É uma situação muito delicada”, lamenta.

De acordo com o taxista Almir Schimitz, não são todos os táxis adaptados que tem essa postura no atendimento, mas que essas situações acabam “sujando” toda a categoria. “Nós queremos cada vez mais qualidade no atendimento para os cadeirantes, fazemos de tudo e trabalhamos o dia inteiro atendendo para que não fiquem na mão, mas é cansativo e difícil demais”, explica.

Para Almir, saber quem são os taxistas que não estão cumprindo com o serviço é essencial para resolver o problema da melhor maneira possível. “Nós queremos muito ajudar, mas precisamos saber como. Só avisar o Seinfra não adianta porque precisamos de provas que muitas vezes não temos conosco”, argumenta.

Outro problema é o número de veículos adaptados. Existe tendência à sobrecarga dos taxistas que realizam o trabalho de acessibilidade corretamente, segundo o taxista: “Sabemos de três taxis que realizam o trabalho certo, só somos em nove para Joinville inteira, é extremamente difícil atender a todos”.

Segundo o vereador Fábio Dalonso (PSD), a reunião mostra que duas medidas de urgência devem ser tomadas: o início da cobrança de multas para os taxistas que não atenderem os deficientes e o aumento da frota de taxis adaptados. Para o segundo tópico, o parlamentar sugeriu a licitação para que haja uma maior frota de táxis adaptados no município. “Esses dois tópicos já podem ser debatidos de uma forma melhor na próxima reunião. Vamos trazer ideias e soluções para esse problema”, conclui.

Texto: Jornalismo CVJ, por Carolina Manske, estagiária / Supervisão: Marina Bosio / Revisão e Edição: Sidney Azevedo / Foto: Nilson Bastian

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