A Comissão de Saúde da Câmara recebeu na tarde desta quarta-feira (20) o diretor do Hospital Municipal São José, Paulo Manoel de Souza. Ele falou da superlotação no hospital, que vem causando problemas aos pacientes e funcionários.

Segundo ele, pacientes que abriram mão do plano de saúde, por conta da crise econômica, aumentam ainda mais o número de atendimentos. “(…) A primeira saída deles é o São José”, disse.

O diretor explicou que o São José é porta de entrada de casos que poderiam ser atendidos em postos de saúde, por exemplo. Até abril, 38% dos casos atendidos foram classificados como “pouco urgentes” e 5,9% como “não urgentes”.

“Esses números mostram que muitas pessoas que poderiam talvez ir em um posto de saúde ou unidade básica, mas elas vão ao São José, e nós temos que dar atendimento, o que ocupa lugar de pessoas com problemas mais graves”, explicou Paulo.

Para o diretor, a situação financeira instável das famílias também foi uma das justificativas para o aumento no número de atendimentos.

“As pessoas estão economizando. Antes pagavam planos de saúde e hoje, para muitas, isso não é mais possível, então sua primeira saída é o São José”, avaliou.

Referência

O diretor do São José acredita que a superlotação é também uma “questão cultural”, já que o hospital é visto com excelência pela população não só de Joinville, mas de cidades próximas.

“O hospital surgiu bem antes de outras unidades de saúde ou postos, é normal que as pessoas prefiram ir até nós, mas querendo ou não, isso se torna um problema”, disse o diretor.

Secretária ausente

O vereador Levi Rioschi (PPS), questionou a falta da secretária municipal da Saúde, Francieli Cristini Schultz. Ela foi convidada para prestar esclarecimentos sobre o fechamento de Unidades Básicas de Saúde no município.

“Ela é uma figura pública e deve prestar contas, é obrigação dela. Mais uma vez a chamamos e ela não veio, isso não é brincadeira, o povo quer saber o que está acontecendo”, disse Rioschi.

Segundo o vereador, ela deve ser convocada novamente para dar explicações sobre o tema.

Fraldas

A comissão enviará ofício ao Ministério Público Estadual solicitando fiscalização em farmácias de Joinville. Saúde quer saber se o desconto na compra de fraldas geriátricas, garantido em lei nacional, está sendo cumprido. Segundo o Conselho Municipal dos Direitos do Idoso (Comdi), não está.

Transparência

Informações do Hospital Municipal São José estão disponíveis no site www.hmsj.sc.gov.br/indicadores.

Texto: Jornalismo CVJ, por Carlos Henrique Braga, com reportagem de Carolina Manske, estagiária, sob supervisão. Foto de Daniel Tonet

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