O vereador Fernando Krelling (PMDB) chega à Câmara, pela primeira vez, com o aval de mais de 10 mil eleitores e se senta na cadeira de presidente da Mesa Diretora com aprovação de 18 dos 19 vereadores. Nesta entrevista, a primeira como presidente, concedida à TV Câmara logo depois da posse, no domingo, ele fala da “nova onda” que diz representar, da austeridade com o dinheiro público e de como vê a relação entre situação e oposição na Casa. Krelling preside a Mesa ao lado de Lioilson Corrêa (PSC, vice-presidente), Ana Rita da Frada (Pros, 1ª secretária) e James Schroeder (PDT, 2º secretário e presidente da Escola do Legislativo).

 

Reportagem – Que mudanças podemos esperar dessa “nova onda” a que o senhor diz pertencer?

Fernando Krelling – Nós estamos sofrendo muito as consequências de uma política retrógrada no País. Estados e municípios estão em crise financeira devido a toda essa crise formada na esfera federal. Essa nova onda na política é o que os eleitores confirmaram com a eleição de onze novos vereadores aqui pra Casa. Fiquei muito feliz com oito vereadores continuando na Casa, pra gente mesclar essa onda de renovação com a experiência daqueles que já estão.

 

R – O senhor tem falado em contenção de despesas e economia. Vai haver modificações na estrutura da Câmara?

FK – Num primeiro momento, amanhã (segunda) vou sentar com os vereadores e conversar. Onde a gente tiver oportunidade de economizar… com certeza a gente vai tratar a Câmara como trata a nossa casa. A nossa casa é o seguinte: se tiver que fazer algum reparo na casa e não há necessidade tão urgente, a gente vai segurar um pouquinho.

 

R- O vereador Ninfo König (PSB) disse que vai abrir mão do salário e de assessores. O senhor acha que isso deve servir de modelo ou é uma escolha pessoal?

FK – Eu acho que a questão do vereador Ninfo é uma escolha pessoal. Ele construiu uma grande carreira na iniciativa privada. E muitos dos vereadores que aqui estão tiveram que abrir mão dos seus empregos e dos seus salários pra se dedicar integralmente à Câmara de Vereadores. Nesse momento, quem tiver oportunidade de fazer isso, acho bacana, porque não fará falta, mas também de nada adianta o vereador hoje abrir mão do salário e não corresponder da forma que a população espera.

 

R – Sobre os 18 votos, como o senhor vê essa votação quase unânime?

FK – Eu acredito muito na questão de relacionamento. Eu me dou muito bem, gosto de todos os vereadores, inclusive do voto contrário que tive na Casa, isso me dá uma responsabilidade muito grande, são 18 vereadores da maior cidade de Santa Catarina que acreditaram no nosso nome para conduzir os trabalhos. Um vereador de primeiro mandato, um vereador, até então, sem uma larga experiência no legislativo, mas eu acho que, unindo forças, todos poderão nos ajudar a fazer um grande trabalho.

 

R- Como o senhor enxerga o voto contrário do vereador Odir Nunes (PSDB)?

FK – Enxergo como um voto de oposição ao prefeito Udo e acabou tentando refletir nesse momento a condição de opositor que ele é e respeito. Acho que o debate no campo de ideias será muito importante, por isso que só oposição ou só situação não seria bacana, acho importante ter oposição na Casa.

 

R – O senhor acha que mais vereadores vão migrar para a oposição com o passar do tempo?

FK – A política é muito cíclica. A política muda com o passar de alguns dias, alguns meses, até mesmo anos. Acredito que possa acontecer de ter mais opositores, mas acho que oposição é sadia. Foram 18 vereadores que aprovaram nosso nome, mas nem sempre os 19 vereadores vão votar na mesma causa da mesma forma. Essa oposição sadia tem que existir e vai existir na Câmara.

Texto: Jornalismo CVJ, por Carlos Henrique Braga / Edição: Sidney Azevedo / Foto: Nilson Bastian 

Deixe um comentário