A Tribuna Livre desta quarta-feira (29) teve a participação do Grupo de Mães de Autistas. Karla Magalhães, representante do Grupo, falou sobre o transtorno e as dificuldades no tratamento.

Segundo Karla, o autismo é um transtorno que altera a comunicação, o comportamento e a interação social, cujo nível varia nos pacientes. A incidência tem aumentado e hoje a cada 65 crianças que nascem, uma tem autismo. O tratamento inclui terapia medicamentosa, psicoterapia, terapia ocupacional, atendimento com profissionais como fonoaudiólogo, psicólogo, entre outros.

De acordo com Karla, se a criança não tem o tratamento adequado, ela pode ter regressão no desenvolvimento já adquirido, por isso é importante que o diagnóstico seja feito o mais cedo possível.

Para Karla Magalhães, é necessário que haja política de conscientização, porque as pessoas não sabem direito o que é esse transtorno. “Muitas vezes as crianças com autismo sofrem bullying dos colegas de classe nas escolas, e isso inclusive afeta seu desenvolvimento”, afirmou.

Ainda segundo Karla, o acesso aos medicamentos para o tratamento do autismo é garantido por lei, mas há uma dificuldade para consegui-los. “Eu atualmente estou pagando do meu bolso os remédios do meu filho. A Farmácia-escola da Univille fornece, mas há toda uma burocracia que causa demora para recebe-los”, disse.

Segundo ela, os convênios com pessoas jurídicas de direito privado são importantes. A Associação de Amigos do Autista de Joinville (AMA) conta com 35 profissionais que atendem 95 autistas, mas são 140 pessoas esperando atendimento, afirmou Karla. “A prefeitura custeia por meio de convênio 18 dos 35 profissionais, mas a AMA tem um déficit de 10 mil reais mensais”, disse.

Karla Magalhães finalizou afirmando que as dificuldades no tratamento são grandes. “Os direitos estão garantidos de acordo com a lei, só que não acontece”, concluiu.

Texto: Jornalismo CVJ, por Marina Bosio / Foto: Sabrina Seibel

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