Moradores do bairro Aventureiro lotaram na noite desta sexta-feira o salão comunitário da igreja Jesus Misericordioso. Mais de 300 pessoas estavam presentes para decidir o local de implantação de uma unidade básica de saúde da família a ser instalada na região mais periférica do bairro. A audiência pública foi realizada pela Comissão de Saúde.
O diretor-executivo da Secretaria da Saúde Fabrício da Rosa explicou para os presentes as cinco opções de terrenos que a Prefeitura levantou dentre os terrenos que o município possui no bairro atendendo às especificações do projeto de construção. As despesas para construção da unidade estariam na casa de R$ 2,2 milhões, podendo baixar durante a licitação, segundo Fabrício.
A unidade atenderia aproximadamente 16 mil famílias da região mais periférica do bairro. Na área existem hoje três unidades.
O dinheiro viria de emenda parlamentar federal, mas o projeto não poderia ser executado sem a definição do local no qual o equipamento seria instalado.
Atendimento
Atualmente, há um total de seis equipamentos públicos de saúde cobrindo a área oficial do bairro Aventureiro, sendo cinco deles unidades básicas de saúde (três das quais, que estão na região mais periférica, são do programa Estratégia de Saúde da Família) e o sexto um pronto-atendimento, o PA Leste. Uma nova unidade básica de saúde, próxima ao PA Leste, deve ser inaugurada ainda este ano.
Moradores levantaram dúvidas quanto à possibilidade de unificação das unidades do programa ESF em um local apenas, fechando algumas unidades, o que poderia acarretar distâncias maiores para quem quisesse buscar atendimento. Segundo Fabrício, não há planos da Secretaria nesse sentido.
O Aventureiro possui 38,5 mil moradores, sendo, assim, o mais populoso da cidade, conforme o levantamento Joinville Bairro a Bairro de 2017, lançado pela Prefeitura. Desses moradores, 2,3 mil têm mais de 60 anos. O mesmo levantamento indica que a média salarial no bairro é de 1,57 salário mínimo por mês.
Confira no mapa os locais onde funcionam as atuais unidades de saúde do bairro.
UBS e ESF
As duas siglas podem já fazer parte do cotidiano das famílias joinvilenses, embora apareçam mais ligadas à noção geral de “postinho”, mas elas correspondem a dois modelos diferentes de atendimento previstos no Sistema Único de Saúde (SUS).
As unidades básicas de saúde (UBSs) correspondem a um modelo de atendimento mais tradicional, vinculado a uma estrutura física, uma edificação, na qual os atendentes aguardam os pacientes para fazer o atendimento.
Já as unidades do Estratégia Saúde da Família (ESF), correspondem a um modelo que tem como finalidade a prevenção das doenças e a promoção da saúde, por meio de visitas regulares às casas de integrantes de equipes compostas por médico, enfermeiro, técnicos de enfermagem e saúde bucal e agentes comunitários de saúde.
É este segundo modelo, o do ESF, que está sendo proposto para o bairro Aventureiro e que foi proposto, em abril, para o bairro Floresta, em outra audiência pública da Comissão de Saúde.
Floresta
Em audiência realizada no dia 18 de abril, aproximadamente 200 moradores se reuniram no galpão comunitário da igreja São Francisco de Assis, na parte norte do bairro Floresta, que passou por um período de intenso adensamento. Existe no bairro atualmente uma policlínica, que é um modelo que conta com médicos especialistas. Em geral, UBSs não possuem médicos especialistas, tendo apenas clínicos gerais. As equipes do ESF também não preveem especialistas pelo caráter de prevenção do programa.
Moradores do Floresta manifestaram, na ocasião, temor de que a implantação do ESF acarretasse a perda dos médicos especialistas para outros locais da cidade. Alguns moradores acompanharam a sugestão do vereador Rodrigo Fachini (PMDB) para que o ESF fosse instalado no bairro, mas não no mesmo edifício da atual policlínica.
Na ocasião, a secretária de saúde, Francieli Schultz, disse que a implantação do ESF ampliaria o número de consultas no bairro de aproximadamente 900 para 2,8 mil. Ela também afirmou na ocasião que “nenhum profissional especialista sairá do Floresta”, e que a decisão da comunidade seria respeitada e que, caso fosse negativa à implantação do ESF, ele seria levado para outro bairro.
Texto: Jornalismo CVJ, por Sidney Azevedo