Foto de Mauro Artur Schlieck

Autoridades discutiram na noite de hoje (21), em reunião pública da Comissão de Urbanismo, os riscos do transporte de cargas perigosas na Estrada Dona Francisca/SC-418 e a necessidade de melhorias na sua infraestrutura.

Uma inspeção dos técnicos de Urbanismo na via detectou placas de sinalização gastas e cheias de mato, além de asfalto gasto por conta do tráfego de caminhões pesados – cerca de 8 mil veículos passam todos os dias pelo trecho Joinville /São Bento do Sul da SC-418.

Até o fim de setembro deste ano, 125 acidentes foram registrados no trecho entre Joinville e São Bento do Sul, de acordo com levantamento da comissão junto à Polícia Rodoviária.

“As condições da SC-418 são lamentáveis”, disse o presidente da comissão, Jaime Evaristo (PSC), que já apresentou moção ao governo do estado para que tome medidas urgentes. “Essa é a prioridade das prioridades”, afirmou. No último dia 10, o secretário estadual de Infraestrutura e Mobilidade, Carlos Hassler, disse que a serra não era prioridade do governo.

A representante da Secretaria de Infraestrutura e Mobilidade de SC disse que levará o pleito ao secretário, para que ele possa dizer o que será feito a longo e curto prazos na serra.

O deputado estadual Sargento Lima (PSL) criticou falhas de interlocução com o governo estadual e lamentou que não seja visto por políticos e líderes locais como representante de Joinville na Alesc.

Risco ao abastecimento

O vereador Fábio Dalonso (PSD) defendeu projeto de sua autoria, que proíbe o trânsito de cargas tóxicas à noite na serra. Ele também sugere a cobrança de taxa para coibir o tráfego de caminhões no período noturno.

A justificativa é a de que um acidente ali, perto da Estação de Tratamento de Água do Rio Cubatão, poderia afetar o abastecimento de água em Joinville – a estação responde por 65% da água consumida na cidade.

“O joinvilense não tem ideia do risco que corre”, advertiu Dalonso. Segundo o vereador, um especialista da área estimou que, em caso de contaminação de produto tóxico, a cidade poderia ficar sem água por até seis meses. “Seria um colapso”, afirmou o vereador.

Sobre o risco de acidentes com cargas tóxicas, a Defesa Civil Estadual disse que o último na região de Joinville foi em 2015 – sinal de que a fiscalização está surtindo efeito, segundo a Defesa Civil. Neste ano, foram autuados 50 veículos.

Sinal de celular

Outro problema da serra é a falta de sinal de celular, que impossibilita o pedido de ajuda, em caso de acidentes.

Segundo o presidente da Ajorpeme, Fernando Bade, o pedido de melhorias no sinal já foi levado ao governo estadual, mas o tema não evoluiu – até reuniões na Anatel foram feitas.

Também estiveram na reunião os vereadores Maurício Peixer (PL), Richard Harrison (MDB), Odir Nunes (PSDB) e Rodrigo Fachini (MDB).

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