Mauro Artur Schlieck
Reunião conjunta das comissões de Educação e Cidadania debateu nesta quarta (4) o fechamento de turmas da Escola de Educação Básica Osvaldo Aranha, no Glória, para implantação do Colégio Militar. O debate foi marcado a pedido de pais e professores.

O supervisor da Gerência Regional da Secretaria Estadual de Educação (Gered) Alcinei da Costa Cabral afirmou que pela legislação, 50% das vagas das escolas militares são garantidas para filhos de militares, e outros 50% são ofertados à comunidade.

Para 2020, a escola militar que funcionará no prédio do Osvaldo Aranha conseguiu ocupar 29% das vagas para filhos de militares. O restante, 120 vagas, será para a comunidade. Segundo ele, 458 estudantes da comunidade se inscreveram para essas vagas.

O supervisor afirmou que a escolha dos estudantes será por sorteio, mas disse não ter mais informações por não responder pela Polícia Militar.

Vários munícipes usaram a palavra para reclamar do fechamento das turmas do Osvaldo Aranha. Para o ex-aluno do Osvaldo Aranha Mateus Binder, militarizar não é o problema. “O problema é a expulsão da comunidade da escola que sabemos que é de qualidade”, disse.

“A comunidade não foi consultada em nenhum momento”, reclamou o pai de aluno Renato Heizen. “Haviam 160 matriculas para o primeiro ano em 2020, o Osvaldo Aranha foi fechado não foi por falta de procura”, afirmou, e completou: “Meu filho vai demorar mais de uma hora para chegar de ônibus na escola, o que adianta dar passe? E o tempo perdido no deslocamento?”, questionou.

“Não se fecha escola, se abre escola”, reivindicou Cláudia Ferreira, mãe de aluno do Osvaldo Aranha. Ela denunciou que os contemplados para estudar no colégio militar terão que desembolsar cerca de 2 mil reais para aquisição de uniformes escolares e material didático.

Remanejamento

A coordenadora da Gered afirmou que de qualquer forma os estudantes têm as matrículas garantidas em escolas estaduais de ensino. Segundo ela, os alunos do Glória serão remanejados para a Escola de Ensino Médio Bailarina Liselott Trinks, no Vila Nova, e receberão vales transporte para se locomoverem até lá. A Escola Bailarina Liselott Trinks fica a 4,2 km da Escola de Educação Básica Osvaldo Aranha.

Representantes da Polícia Militar foram convidados, mas não compareceram. Os deputados estaduais de Joinville também foram chamados, mas nenhum veio. Uma reunião pública pode ser marcada para debater novamente o assunto, com novo convite para o 8º Batalhão da Polícia Militar e para os representantes da Alesc.

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