Mauro Artur Schlieck
Moradores do Vila Nova se opuseram à instalação de uma estação de tratamento de esgoto em audiência pública realizada nesta quarta-feira (11) pela Comissão de Urbanismo. Eles pedem que a Companhia Águas de Joinville (CAJ) implante a estação em outro terreno. A preocupação maior dos moradores é que a estação traga mau cheiro à região de implantação e que isso acarrete em desvalorização dos imóveis.

O vereador Adilson Girardi (SD), que é também morador do Vila Nova, explicou em entrevista à CVJ TV que a questão remonta a 2008, quando começou a implantação da rede coletora de esgoto no bairro da zona oeste. Girardi realçou que a Companhia Águas de Joinville já fez reuniões e audiências com moradores do bairro.

Na reunião da quarta-feira, Adilson sugeriu outros imóveis e entregou um dossiê com documentos e solicitações para a presidente da CAJ, Luana Siewert, para que ela considerasse a mudança de local.

Os vereadores Maurício Peixer (PL) e Odir Nunes (PSDB) acompanharam as reclamações dos moradores na reunião e afirmaram que há dois caminhos para a mudança do imóvel. Um deles é que os vereadores da base de governo se reúnam com o prefeito para sensibilizá-lo quanto à mudança. A outra seria a via judicial.

A CAJ já está com a licitação encaminhada para contratar a empresa para construir a estação.

A estação

A estação prevista pela CAJ deve ocupar uma área de mais de 19 mil m² (mais de 2,5 campos da Arena Joinville), às margens da Rodovia do Arroz e a sul da rua São Firmino, uma das que compõem o binário do Vila Nova. O imóvel destinado à estação fica no limite da zona urbana e é parte do patrimônio do município como resultado de doação de terras que precisa ser feita em loteamentos.

Essas doações de terras são previstas em lei para que a Prefeitura possa implantar equipamentos públicos, que podem incluir desde escolas, postinhos de saúde, praças e até mesmo espaços como estações de tratamento de esgoto.

A estação funcionaria pelo método de lodos ativados com aeração prolongada. Conforme a presidente da CAJ, que acompanhou a reunião, o método eliminaria odores, uma das principais reclamações dos moradores. A destinação dos efluentes tratados seria o rio Motucas, conforme apresentação feita pela CAJ na reunião. Outros resíduos do tratamento seriam destinados ao aterro sanitário de Joinville, na Zona Industrial Norte.

EIV

Em 10 de outubro foi realizada a audiência de apresentação do Estudo do Impacto de Vizinhança da obra da estação. Moradores manifestaram preocupações com trânsito no local, odores, lodo, bactérias e, principalmente, com possível desvalorização de imóveis dos arredores da estação.

As respostas da Águas e da empresa que elaborou o estudo descartaram a possibilidade de desvalorização dos terrenos e alegaram que a empresa pública investe muito dinheiro em formas de contenção de odores. Na ocasião houve até menção a uma visita feita por vereadores da Comissão de Urbanismo à Estação de Tratamento de Esgoto do Jarivatuba.

Girardi também estava na audiência e reforçou o questionamento sobre a desvalorização, além de questionar qual o motivo para que não fosse respeitada a decisão da comunidade do Vila Nova de que a estação fosse implantada em outro imóvel.

A resposta foi que o imóvel era parte da área que, em loteamentos, deve ser doada para a Prefeitura e que a burocracia para a transferência do imóvel atrasaria ainda mais a implantação da estação, já preterida por mais de 15 anos, conforme José Olympio Muricy, gerente de engenharia da MPB Engenharia, empresa que elaborou o EIV.

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