A Comissão de Cidadania recebeu moradores do bairro Boa Vista e representantes da Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc) na reunião desta quarta-feira (2). Os vereadores buscaram intermediar uma solução para a implantação de nova subestação no bairro da zona leste. O descontentamento dos moradores motivou a comissão a pedir a realização de nova audiência pública sobre a obra.

Prevista para se instalar no local onde atualmente fica o almoxarifado da Celesc, na esquina entre as ruas Albano Schmidt e Graciliano Ramos, a nova subestação é uma obra considerada necessária pela empresa estadual de energia, que opera perto do limite da capacidade, conforme explicou na reunião um de seus representantes, Wagner Felipe Vogel. Ele também informou que, conforme determinação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a Celesc precisa fazer a obra com o menor custo possível, o que significa que não poderia adquirir um novo terreno para evitar impacto na fatura de energia dos clientes.

Diretor de Meio Ambiente da Celesc, Orlando Foes Neto informou que a obra possui o licenciamento ambiental prévio emitido, mas ainda precisa da conclusão do estudo de impacto de vizinhança para a emissão do licenciamento ambiental de instalação e operação. De qualquer forma, a obra somente ficaria pronta em 2023 ou 2024.

Segundo o representante da associação de moradores do bairro, Vanderson Soares, os moradores da região foram surpreendidos com a placa sobre a implantação da nova subestação. Entre as preocupações, Vanderson alegou que o terreno escolhido possui moradores de todos os lados e que faltou divulgação das audiências públicas que debateram a implantação. Vanderson avalia que essas situações geram dúvidas para os moradores. Conforme os representantes da Celesc, as audiências públicas foram divulgadas, realizadas, mas tiveram baixa participação.

Morador do bairro Boa Vista, Cassiano Ucker (Cidadania) demonstrou preocupação com ruídos e ondas eletromagnéticas que seriam produzidos pela possível futura subestação e que poderiam interferir na saúde dos moradores do entorno. O vereador também questionou possíveis impactos econômicos, como a desvalorização de imóveis adjacentes.

As preocupações de Ucker foram afastadas pela Celesc. Orlando Foes avaliou que “o impacto positivo para o bem coletivo é maior que possíveis impactos negativos”.

Seguindo sugestão de Vanderson Soares e o direcionamento dos discursos de Ucker e também de Brandel Junior (Podemos), o presidente da comissão, Pastor Ascendino Batista (PSD), colocou em discussão e votação o requerimento com a sugestão para a realização de nova audiência pública sobre o tema. O requerimento foi aprovado e também contou com apoio dos representantes da Celesc. Ainda serão definidos local e data para o novo debate.