Os vereadores mantiveram nesta segunda-feira (6) veto do prefeito Adriano Silva (Novo) ao projeto de lei que pretendia alterar o zoneamento da zona sul de Joinville e destinar parte da área industrial do Paranaguamirim para fins comerciais e residenciais (Projeto de Lei Complementar nº 11/2022).

Muitos moradores favoráveis à manutenção do veto acompanharam a votação no plenário. Na última quarta-feira (1º) o representante da comunidade, o padre Jackson Rampelotti, usou a Tribuna Livre para defender o parque industrial no local.

Vereadores exaltaram a manutenção do veto, que consideram importante para o desenvolvimento da zona sul. Lucas Souza (PDT) classificou a manutenção do veto como ”conquista histórica”, já que, apesar de já previsto, o Parque Industrial do Paranaguamirim ainda não existe na prática. Segundo o parlamentar, com o debate do veto, o Executivo se comprometeu a conceder benefícios fiscais e infraestrutura para o funcionamento das indústrias.

Alisson (Novo) afirmou que os moradores da zona sul são atualmente prejudicados porque a maioria das indústrias está localizada na zona norte, o que faz com que a população tenha que se deslocar diariamente para trabalhar, perdendo qualidade de vida.

Wilian Tonezi (Patriota) lembrou que o prefeito se comprometeu em enviar para análise da CVJ em um prazo de 60 dias projetos de lei com incentivos fiscais, visando que indústrias se instalem no Paranaguamirim. Diego Machado (PSDB) afirmou que vai cobrar, caso o Executivo não envie tais matérias até o dia 3 de maio.

Projeto

Proposto na CVJ no ano passado pelos vereadores Maurício Peixer (PL), Adilson Girardi e Claudio Aragão (ambos do MDB), Kiko do Restaurante e Pastor Ascendino Batista (ambos do PSD) e Diego Machado (PSDB), o PLC 11/2022 queria alterar o zoneamento da região aos fundos do bairro Paranaguamirim, definida atualmente como Setor Especial de Interesse Industrial (SE-06), para que a parte norte dessa área tivesse como o zoneamento Setor de Adensamento Controlado (SA-04).

O setor industrial, como o próprio nome indica, restringe os usos permitidos na região à ocupação industrial. Já o setor de adensamento controlado, permitiria também a ocupação residencial e comercial de pequeno porte. O que possibilitaria, por exemplo, a instalação de loteamentos residenciais horizontais.

Aprovado na CVJ, o texto recebeu veto de Adriano Silva. Ele considerou que “a Zona Industrial Norte não tem mais espaço para implantação de novas indústrias, e que esse setor é estratégico, tendo em vista a proximidade com o município de Araquari, aliando ainda com a nova ponte, que conectará os bairros Adhemar Garcia e Boa Vista, e a preferência de que os moradores fiquem próximos a seus postos de trabalho, atuais e futuros”.