A Câmara de Vereadores de Joinville comunica a todo o povo joinvilense que, ao longo dos últimos 39 dias, envidou todos os esforços a seu alcance, no sentido de mediar uma negociação rápida e consensual acerca das reivindicações dos servidores públicos municipais em greve e dentro das capacidades financeiras da Prefeitura Municipal.

Por mais de 30 dias, cedeu espaço em suas sessões ordinárias para que o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Joinville, Ulrich Beathalter, expusesse seus argumentos. Realizou moções apelativas ao senhor prefeito Carlitos Merss para que abrisse canais de negociação. Convocou audiências públicas e teve reuniões com o chefe de gabinete, Eduardo Dalbosco, quando este estava à frente do processo. Trancou sua pauta de votações, sob pena de sofrer impedimentos jurídicos.

A Câmara de Vereadores de Joinville, em momento algum, furtou-se aos interesses dos servidores públicos municipais. Inúmeras vezes, os vereadores manifestaram-se da tribuna em apoio às reivindicações da categoria. Além disso, ressalte-se o atendimento particular de servidores, pelo parlamentares, em seus respectivos gabinetes.

Aportou, ontem, dia 15 de junho, nesta casa de leis, o Projeto de Lei 159/2011, de origem do Poder Executivo, para conceder reajuste aos servidores de 8%, parcelados em três vezes. Tal proposta econômica foi reiterada em mesa de diálogo com representantes dos três poderes e do Sindicato, na quarta-feira, dia 15, juntamente com outros benefícios que seriam levados à assembleia-geral desta quinta-feira, dia 16, o que não ocorreu, contrariando o acordo firmado no dia anterior entre Sindicato com os representantes dos três poderes.

Por decisão do presidente em exercício, vereador Osmari Fritz, o projeto de reajuste passou pelas devidas comissões técnicas desta casa e subiu para plenário, para deliberação hoje, na tentativa de evitar que a folha de pagamento dos servidores em greve chegue a eles zerada, ou seja, com os dias não trabalhados descontados.

Quem decidiria se o projeto entraria ou não em votação seriam os próprios servidores que ocuparam o plenário e as galerias da Câmara nesta tarde. A vereadora Tânia Maria Eberhardt fazia um resgate histórico dos principais períodos desta greve e se preparava para explicar os detalhes do projeto, afim de esclarecer aos presentes as conseqüências positivas de negativas de aprová-lo nesta quinta-feira, dia 16.

O presidente do sindicato, Ulrich Beathalter, junto a outros membros de sua diretoria, passou a tumultuar a sessão, impedindo a continuidade das argumentações da parlamentar. O presidente em exercício da sessão, vereador Osmari Fritz, alertou inúmeras vezes a necessidade de manutenção da ordem. Não obtendo-a, arguiu os artigos 112 e 113 do Regimento Interno desta casa, dando por encerrada a sessão ordinária desta quinta-feira, sem a votação do reajuste salarial, por intransigência da direção sindical.

Neste momento, alguns vereadores estão reunidos e em contato com o prefeito Carlito Merss, na tentativa de salvaguardar aos servidores que retornarem aos seus postos de trabalho até segunda-feira, dia 20 de junho, o direito de receberem seus salários como se tivessem trabalhado todo o período de greve, cabendo-lhes a reposição nos termos do PL 159/2011. Essa tentativa de sensibilização do mandatário de Joinville está alicerçada sobre as visitas de inúmeros servidores a gabinetes de vereadores, que têm demonstrado preocupação com o corte de seus salários.

A partir deste momento, a Câmara de Vereadores de Joinville, sentido-se enganada pela diretoria do sindicato, que não levou à assembleia-geral o resultado da reunião do dia 15, retira-se das tratativas e mediações desta greve. Deseja, porém, acordo rápido e pacífico entre o chefe do poder Executivo e a diretoria do sindicato, no sentido de terminar tão longo movimento grevista, que tanto prejudica diversos estratos da sociedade joinvilense.

Joinville, 16 de junho de 2011

Câmara de Vereadores de Joinville