A greve dos servidores públicos de Joinville continua. Os servidores estão de braços cruzados há 31 dias e o Sindicato dos Servidores Públicos (Sinsej) e Prefeitura (PMJ) não chegam a um acordo. O anúncio da prefeitura em descontar os dias parados é o novo entrave dentro do serviço público.Nesta tarde, em audiência pública requerida pela vereadora Tânia Eberhardt, a Câmara intermediou um diálogo entre o Executivo e o Sinsej.

Diante de um plenário lotado de servidores, Eduardo Dalbosco, chefe do gabinete do prefeito e representando Carlito Merss, pontuou que a PMJ sempre esteve aberta ao diálogo e que está fazendo de tudo, dentro das limitações da prefeitura, para contemplar os servidores. Dalbosco apresentou a proposta de parcelamento para o reajuste do servidor. Seriam pagos 2% em outubro, mais 2% em novembro e 4% em janeiro. Reiterou a ideia do Executivo em descontar em cinco parcelas os dias não trabalhados. Terminou sua fala solicitando que os servidores acatem a proposta e retomem suas atividades.

O segundo a expor o seu lado da história foi o presidente do Sinsej, Urich Beathalter. Segundo Urich, a PMJ demorou 90 dias para dar retorno às reivindicações da categoria. Urich ressaltou que a prefeitura teve inúmeras oportunidades para o diálogo e não o fez. O presidente do Sinsej não aceita o desconto em folha dos servidores, alegando que a PMJ não teve nenhum prejuízo financeiro e que os servidores têm banco de horas. Reforçou que os servidores têm o compromisso de repor as horas não trabalhadas.

Tânia Eberhardt alertou que os servidores não devem ser penalizados pela incompetência administrativa dos outros. A vereadora disse estar frustrada com o impasse entre a PMJ e Sinsej. “Apelo para que o prefeito tenha bom senso e valorize o servidor”, analisa Tânia. O vereador Jucélio Girardi não concorda com um eventual desconto na folha do servidor. Para ele, se o servidor irá repor os dias parados, não existe motivo para complicar ainda mais a situação.

O vereador Adilson Mariano parabenizou o movimento grevista pela organização. “Em meus 41 anos de vida, aprendi que o trabalhador só conquista alguma coisa lutando”, destaca o parlamentar. Adilson citou as propagandas pagas pela prefeitura em rádio e TV referente ao movimento grevista. Para ele, esse tipo de atitude, misturando anos e valores, só confunde a população e não contribui para um acordo. Ações judiciais movidas pela prefeitura contra o Sinsej também foi mencionada como um fator negativo pelo vereador. Referente às inserções na mídia, o vereador Maurício Peixer revelou que fará um pedido de informação junto a PMJ para saber quanto foi gasto em publicidade. Maurício quer o cumprimento do plano de governo apresentado em campanha pela atual gestão.

Osmari Fritz alerta que a falta de diálogo na Prefeitura não é recente. Para o vereador, este foi um dos fatores que motivou a saída da bancada do PMDB do governo. Osmari pede que o governo não seja intransigente e resolva a situação. Roberto Bisoni sintetiza que em 22 anos acompanhado a PMJ, nunca nenhum prefeito deixou de reajustar o salário pela inflação. O vereador espera que a situação seja resolvida até sexta-feira desta semana, caso contrário, o prefeito deve sofrer impeachment. O vereador Joaquim Alves dos Santos diz não aguentar mais esta situação. Frisou que não adianta a queda de braço por parte da Prefeitura e Sinsej por tão pouco. Também é contra o desconto dos dias parados.

A vereadora Dalila Leal clamou pela educação no município. Segundo a vereadora, muitas crianças estão sendo prejudicadas pela greve. Dalila enfatiza que a classe dos professores é castigada todos os dias. A vereadora quer mais investimentos na área educacional e a valorização dos servidores. O presidente do legislativo, vereador Odir Nunes, parabenizou a categoria pela organização. Em seu discurso, Odir destacou que a Prefeitura que está perdendo em não recuar e aceitar o pedido dos servidores. “O servidor quer voltar ao trabalho e deve ser reconhecido”, analisa Odir. A última a ocupar a tribuna foi a vereadora Zilnety Nunes. Em poucas palavras, Zilnety fez uma releitura das ações da Câmara de Vereadores na defesa do servidor. Citou a criação da comissão especial para intermediar o diálogo entre as partes e o trancamento da pauta no legislativo para pressionar o Executivo. Zilnety se mostrou irritada com o comentário de Dalbosco, feito em reunião anterior na sala vip da presidência, no qual o chefe de gabinete da prefeitura falou que a Câmara não é mesa de negociação, que a pauta de reivindicações é de competência do Executivo e Sinsej. “Se não ajudamos a resolver, então resolva Dalbosco”, reivindicou Zilnety.{jcomments on}

Foto: Sabrina Seibel

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