O presidente da Câmara de Vereadores de Joinville, vereador Odir Nunes, participou na manhã de hoje, de uma reunião com presidentes de 14 Colônias de Pescadores da região Nordeste do Estado e com o secretário de Estado da Agricultura e da Pesca (SEAP), João Rodrigues e o deputado estadual Darci de Matos. Na oportunidade, o presidente da Federação dos Pescadores do Estado de Santa Catarina (Fepesc), Ivo da Silva, também da Confederação Nacional dos Pescadores e Aquicultores, reclamou da falta de políticas públicas mais específicas para o setor da pesca artesanal catarinense que está resultando numa série de problemas cujos desfechos poderão trazer fortes prejuízos para este setor da economia. Para o secretário da SEAP, o seu compromisso é religar o setor pesqueiro a secretaria que desde a última quinta-feira, oficialmente passou a ser também da Pesca e que, diante dos problemas existentes tem que iniciar a busca das soluções imediatamente. Para iniciar, João Rodrigues solicitou aos representantes dos pescadores a demanda dos problemas existentes em cada colônia e o que é necessário. Rodrigues antecipou que o Programa Juro Zero será estendido aos pescadores que poderão fazer empréstimos para aquisição, por exemplo, de equipamentos para projetos de beneficiamento de pescados e pagarem sem juros nenhum.

Segundo Silva, as 36 Colônias existentes no Estado agregam 41mil pescadores associados que possuem 21 mil embarcações são responsáveis pela maior produção de pescados do país. No Morro do Amaral, localidade do encontro, somam 60 pescadores, cujas famílias sobrevivem exclusivamente da atividade. No Nordeste do Estado são cerca de 1.540 pescadores, que possuem 3.400 embarcações e capturam em torno de 4.100 toneladas/mês de pescados. Mas, conforme Ivo da Silva, após a extinção da Associação de Crédito e Assistência Pesqueira de Santa Catarina (Acarpesc) a pesca artesanal ficou abandonada e agora é importante que o Estado participe para evitar que esta atividade desapareça. Ele explica que, os pais (pescadores experientes e que aprenderam com os seus pais) não estão repassando seus conhecimentos aos seus filhos”, revelou. A alternativa será a construção de uma escola de pesca artesanal para ensinar as técnicas de fazer redes, consertar redes, construir uma embarcação, arremessar uma tarrafa, estender uma rede, fazer uma mão de cabo de aço ou uma malha-cavalo (a mais difícil para fazer rede). Silva espera que surja apoio também para projetos de beneficiamento que promete se transformar num grande agregador de valor a produção levando benefícios ao pescador.

Solução para os pescadores

O diretor da Empresa de Pesquisas Agropecuárias e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), o engenheiro agrônomo Onévio Zabout confirmou que depois de um longo período de falta de apoio governamental muitos pescadores artesanais conseguiram se recuperar. Através de linhas de crédito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), mais de mil projetos foram aprovados, com valores na média de R$ 10 mil, totalizando R$ 10 milhões de investimentos. Isso permitiu que muitos pescadores adquirissem embarcações, motores, apetrechos de pesca e outros equipamentos. “O negativo é que muitos ficaram inadimplentes, o que impossibilita de conseguiram serem atendidos novamente”, explicou Zabout. Mas por outro lado, ele enalteceu o surgimento de associações de mulheres que estão trabalhando no beneficiamento do pescado conseguindo agregar valor e aumentar os rendimentos substancialmente, “o peixe antes vendido a R$ 1,00 depois de beneficiado passa a valer R$ 3,00”, disse. Para Zabout, o ideal é que essas associações sejam criadas nas sete colônias de pescadores da região e aumente a renda para os cerca de 3.400 pescadores do litoral do Nordeste do Estado”.

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