A audiência pública realizada pela Comissão de Urbanismo da Câmara de Vereadores de Joinville, ontem, à noite, no Colégio Dom Bosco, no Bom Retiro, para discutir o futuro binário entre a Rua Tenente Antônio João e a Avenida Santos Dumont, serviu para reafirmar a vontade da população daquele bairro e de outros que o avizinham, como o Santo Antônio e o Jardim Sofia, em ver esta última via duplicada com urgência.

Para os representantes destas comunidades, e também de lojistas da avenida e do Joinville Garten Shopping, que se manifestaram da tribuna, esta seria a solução para aliviar o intenso tráfego de veículos na região, especialmente nos horários de pico. Os presidentes da Fundação Ippuj e da Conurb, Roberta Schiessl e Francisco de Assis Nunes, respectivamente, enfatizaram a escassez de recursos para tal fim.

Só em indenizações no trecho entre a Rua General Câmara e a rótula do Garten Shopping, a duplicação consumiria perto de R$ 20 milhões, informou Schiessl. Com a almejada obra fora de cogitação a curto prazo, sobrou para os quase 150 participantes da audiência opinar sobre os dois trajetos apresentados pelos técnicos da Fundação Ippuj.

O primeiro é tornar a Tenente Antônio João sentido único para o bairro, e a Santos Dumont, sentido único para o Centro. Nesta configuração, o sentido bairro começaria na Rua General Câmara, bem em frente à Igreja Santo Antônio, perto do Terminal Norte, e terminaria no semáforo da Antônio João, na rótula do Garten Shopping. A volta pela Santos Dumont seria do referido complexo comercial até a Praça Prefeito João Colin, logo após a subestação da Celesc, “desaguando” nas ruas Blumenau e Dona Francisca, em direção ao Centro e à Pirabeiraba, respectivamente.

Segundo os técnicos da Fundação Ippuj, este seria o melhor sentido (anti-horário), pois solucionaria cinco dos seis problemas hoje verificados, dentre eles o da esquina da Rua Arno Döhler com a Santos Dumont, onde fica a concessionária Chevrolet Motor Place, local de constantes acidentes de trânsito. Além disso, com a Santos Dumont no sentido Centro, as empresas de ônibus teriam menos custos com a mudança de itinerário e com os deslocamentos para dentro e para fora das garagens, informaram os técnicos da Fundação IPPUJ.

O outro trajeto proposto pela Prefeitura é de a Avenida Santos Dumont seguir o fluxo da Rua João Colin, ou seja, sentido bairro, e a Tenente Antônio João ser a via para deslocamento ao Centro. Desta forma, pela Tenente Antônio João, o binário “desaguaria” seu tráfego na Rua Dona Francisca e no começo da Avenida Beira-rio. A Fundação IPPUJ alertou, entretanto, que, desta forma (sentido horário), apenas três dos seis gargalos do circuito seriam solucionados.

A esquina da Motor Place, por exemplo, continuaria com cruzamento de automóveis que entram na Arno Döhler ou dela saem.  Os gastos das empresas de ônibus com o aumento no trajeto para as garagens poderia chegar a R$ 521 mil por ano, o que, certamente, seria levado em consideração quando do reajuste da tarifa de transporte coletivo, alertaram os técnicos.

Ao longo das manifestações da tribuna, moradores, pequenos comerciantes e presidentes de associações de moradores de bairros da região defenderam que, na impossibilidade de se duplicar a Santos Dumont, que o binário seja em sentido anti-horário. Logo: Tenente Antônio João no sentido para os bairros. Já os representantes dos comerciantes da Santos Dumont e dos lojistas do Joinville Garten Shopping pediram o sentido horário.

O presidente da Conurb informou que, de um jeito ou de outro, a Tenente Antônio João será toda asfaltada e haverá obras de drenagem para acabar com os alagamentos. Os técnicos do IPPUJ destacaram que, em qualquer um dos dois sentidos, a velocidade média do transporte coletivo saltará de 18,5km/h para 23km/h e, não necessariamente haverá faixa exclusiva ao longo de toda Tenente Antônio João, devido à frequência dos ônibus, que deverá variar em torno de um veículo a cada sete ou oito minutos.

Dentre os vereadores que foram à audiência e que se manifestaram, Patrício Destro alertou para a possibilidade de a Tenente Antônio João se tornar um local mais perigoso para pedestres e ciclistas, já que a velocidade média dos automóveis aumentará. João Rinaldi parabenizou a atual administração pelas obras que vêm implementando na tentativa de solucionar os problemas de trânsito da cidade. Maurício Peixer e Jucélio Girardi disseram que os comerciantes perderão clientes, mas que a população precisa lutar pelas melhores alternativas. Alodir alves de Cristo propôs desapropriações nos fundos da Univille e da Udesc, permitindo a construção de vias para que o tráfego de veículos das universidades escoe diretamente pela Rua Dona Francisca.

A proposição da audiência foi do vereador Osmari Fritz, que abordou a necessidade de se tirar o projeto de duplicação do papel, com urgência. Participaram ainda os vereadores James Schroeder, primeiro-secretário da Câmara, Lauro Kalfels, presidente da Comissão de Urbanismo, e José Cardozo.

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