Momento ímpar para os descendentes de italianos residentes em Joinville e para as tradições italianas aconteceu durante a sessão solene comemorativa  para aquela comunidade, na tarde de hoje, na Câmara de Vereadores de Joinville. O plenário do legislativo tomado por um público, em sua maioria, descendentes de italianos que moram em Joinville e que representam hoje somam em torno de 25% da população, transmitia um clima europeu com muitas mulheres trajadas tipicamente italianas, enquanto muitos homens ostentando gorros também típicos da Itália. O vereador Jucelio Girardi, proponente da sessão e descendente de italiano, fez seu discurso demonstrando conhecedor do idioma italiano e misturando com o português, e emocionado lembrou que está na garra dos descentes o engrandecimento e o progresso de Joinville, do Estado e do Brasil. Demonstrando muita vivência com a tradição, a gastronomia, a cultura e o relacionamento de irmandade existente entre o povo ítalo, Girardi não deixou de lamentar a falta de apoio do órgão público ligado a cultura em Joinville em projetos para os descendentes de italianos.

Vereador Mauricio Peixer fez um resgate histórico da colonização italiana em Santa Catarina ao lembrar que seu pai era filho de italiano, sua avó veio da Itália e foi morar em Nova Trento e outros parentes nasceram em Trento e Nápoli. O vereador Alodir Cristo fez sua homenagem lembrando que um dos bravos que por Santa Catarina passou foi Giuseppe Garibaldi, um revolucionário que marcou a história de lutas do povo catarinense. O vereador João Rinaldi lembrou que também é descendente de italiano, de família de Nova Trento. Representando o prefeito Carlito Merss, a ex-vereadora Carmelina Barjona enalteceu os descendentes de italianos citando que no século 19 demonstraram muita coragem ao atravessar o Atlântico para recomeçar na América. “Um povo com força de vontade, perseverança, determinado, esperançoso, hospitaleiro, fraterno, amigo e que tem a força de resgatar os laços familiares, sempre com no mínimo oito filhos, pois sempre primou por famílias grandes”, disse Barjona. Já a vereadora Zilneti Nunes foi taxativa: “se pudesse escolher gastaria de ser italiana”. O presidente da casa, vereador Odir Nunes lembrou que os italianos que chegaram no Sul do Brasil se dividiram, sendo que muitos foram para a serra plantar uvas, outros ficaram no litoral e passaram a plantar arroz.

O total de 50 descendentes foram citados para serem homenageados com medalha de honra ao mérito, além de outros nove líderes de bairros. A presidente do Círcolo Italiano de Joinville, Vilde Minatti Beltrame não esqueceu dos desafios dos italianos que deixaram tudo para trás para viverem na América. Ela enalteceu os líderes que fazem um bonito trabalho em nove bairros de Joinville e que a comunidade ítalo-brasileira já tem seu dia para comemorar: 21 de fevereiro, decretado pela Câmara de Vereadores. O cônsul honorário da Itália, Moacir Bogo fez um relato histórico da vinda dos italianos para o Brasil e seus objetivos na América. Falou da luta pela organização e a construção do Círcolo Italiano na cidade e da necessidade de apoio para manter as tradições italianas, considerando que até 1980 ninguém falava das tradições deste nobre povo em Joinville. Ao final da sessão Odir Nunes entregou um exemplar do livro Da Comuna Aos Tempos Atuais: A História do Legislativo de Joinville para a presidente Vildes Beltrame.

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Fotos de Nilson Bastian

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