O Complexo da Expoville pode receber investimentos na ordem de R$ 30 milhões, caso o projeto de lei nº 193/11, da Prefeitura, seja aprovado pela Câmara de Vereadores. O projeto defende a concessão onerosa em todo o Complexo, que abrange uma área de 209.081,71m². Localizada as margens da BR-101, a Expoville é considerada o cartão de visitas do município. Caso a matéria seja aprovada, a empresa que ganhar a licitação poderá explorar o local por 25 anos.

Nesta tarde, para deliberarem sobre a preposição da PMJ, três comissões permanentes do legislativo reuniram-se para debater o assunto com servidores do Executivo, comerciantes e profissionais do setor turístico. Maria Ivonete Peixer, presidente da Fundação Turística de Joinville (Promotur), apresentou aos vereadores das Comissões de Legislação, Finanças e Economia os principais investimentos que devem ser realizados pelo setor privado em contrapartida pelo uso do bem público, que é o Complexo da Expoville.

Segundo a Promotur, os R$ 30 milhões que devem ser investidos contemplam o Moinho estilizado, que deve funcionar como uma lanchonete, uma casa em estilo enxaimel, denominada de Casa do Turista, um restaurante a beira do lago além da manutenção do Megacentro Wittig Freitag e do Pavilhão Nilson Bender. “O poder público não tem condições de investir esse montante na Expoville. A parceria com o setor privado é uma oportunidade de elevar os eventos turísticos na cidade”, justifica Maria. A Prefeitura também exige em contrapartida para a concessão de uso a construção de um parque ecológico público, a construção de um centro de convenções entre outras obras complementares dentro do Complexo. As melhorias devem estar prontas após 36 meses da permissão do uso. A empresa que administrar a área também deverá reservar 30 dias por ano para eventos que tenham a participação do poder público, como a Festa das Flores, por exemplo.

A relatora do projeto, vereadora Tânia Eberhardt, acenou positivamente a iniciativa do Executivo. “Sou vizinha do Complexo há 50 anos. Neste período acompanhei de perto o declínio da Expoville. Não podemos permitir que mais uma obra pública caia aos pedaços”, enfatiza Tânia. A vereadora apontou que a liberdade do joinvilense para frequentar a área, defendida no projeto, a deixou tranquila. “As famílias devem poder usufruir do parque. Que bom que será aberto ao público”, refletiu Tânia.

O vereador Maurício Peixer diz ser favorável a matéria desde que o projeto seja mais bem elaborado. “Quanto à legalidade não vejo problema. No entanto, falta muita informação no projeto da Prefeitura para que possamos nos posicionar com firmeza. Necessitamos de mais dados técnicos”, argumenta Peixer. Opinião compartilhada com o vereador Patrício Destro, que chamou a atenção para que um cronograma de futuras obras seja contemplado no projeto de lei. “Temos que ter atenção de como as coisas são feitas. O Complexo da Expoville é uma mina de ouro”, alerta Patrício.

O vereador João Rinaldi se satisfez com a apresentação. Na visão do parlamentar é fundamental para Joinville o investimento no setor turístico. “A Expoville é referência na cidade quando se fala em eventos. Poderemos avançar muito mais nesta área”, pontua Rinaldi. O vereador Juarez Pereira quer saber a opinião dos que residem no entorno da Expoville sobre a concessão onerosa. O vereador solicitou que fosse realizada uma Audiência Pública para o aprofundamento da questão. “Sugiro a criação de um conselho de acompanhamento da comunidade para a fiscalização das obras”, aconselha Juarez.

Adej no gerenciamento do estacionamento

Uma das fontes de renda que mantém os serviços ofertados pela Associação dos Deficientes Físicos de Joinville (Adej) provém do gerenciamento de estacionamentos, dentre eles, o pátio do Complexo da Expoville. Ao término da discussão sobre a concessão onerosa, os vereadores, junto com o presidente da Adej e o procurador geral do município, Naim Tanus, pautaram o PL nº 164/11, do Poder Executivo, que autoriza a Adej a operacionalizar o estacionamento da Expoville para arrecadar fundos para a instituição.

Com a apresentação do projeto que autoriza a concessão onerosa da Expoville, a entidade teme perder uma receita financeira muito importante. “Necessitamos e muito dos recursos provenientes do estacionamento do Complexo da Expoville”, reforça Carlos Eduardo Faria, presidente da Adej. O presidente da comissão de Legislação, Manoel Bento, explanou sobre as dificuldades financeiras enfrentadas pela Adej e ressaltou o importante trabalho desenvolvido no município. “Acredito que enquanto estivermos analisando o que será feito na Expoville, o gerenciamento do estacionamento fica com a Adej”, analisa Bento. Naim afirmou que a Prefeitura se preocupa com o trabalho desenvolvido pela Adej. “A PMJ irá pensar em outra fonte de renda para contribuir com a Adej. O estacionamento da Arena Joinville é gerido pela associação. Não vejo problema na continuidade dos serviços na Expoville”, sintetiza Nain. Participaram da reunião os vereadores Maurício Peixer, Zilnety Nunes, João Rinaldi, Manoel Bento, Juarez Pereira, Tânia Eberhardt, Joaquim Alves dos Santos, Belini Meurer, Patrício Destro, José Cardozo, Lauro Kalfels e Adilson Mariano.

Foto: Sabrina Seibel

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