A cada 700 partos uma criança nasce com problema auditivo, em Santa Catarina são 173 mil surdos, em Joinville são 13 mil. Esses números estão na ponta da língua da professora de libras Rute Mielniczki. Para entender melhor os deficientes auditivos 48 pessoas participaram no curso de libras realizado na Câmara. A formatura foi realizada durante sessão solene no Plenarinho que ficou lotado, o hino nacional foi interpretado na linguagem de sinais pela turma recém formada.

O presidente da Câmara Odir Nunes abriu a solenidade e informou que no próximo ano o curso terá continuidade com outra turma. “Quando criamos as 10 vagas para estagiário nesta Casa elas foram destinadas aos portadores de necessidades especiais, hoje temos 3 deficientes visuais contratos” explicou o presidente.

Para o proponente da sessão vereador James Schoroeder os alunos formados hoje vão facilitar para que as reivindicações dessa parte da população chegue na Câmara de Vereadores. A professora do curso reforçou que a dificuldade de comunicação atrapalha, pois assim, a informação não chega, talvez esse seja o fator dos deficientes auditivos sejam deixados de lado. “A minha esperança quando encontro uma pessoa é conseguir tocá-la para essa causa”, discursou Rute.

A professora reforçou que é importante que em todas as instituições tenha um interprete. “Imagina no hospital não esse profissional, como o deficiente auditivo vai informar se é alérgico a um medicamento, se já passou por uma cirurgia. Nas escolas também não há pessoas formadas em libras, isso cria situações constrangedoras para o aluno deficiente auditivo”, avalia Rute.

O médico ortopedista e voluntário do Instituto Joinvilense de Assistência aos Surdos, Mauricio Guerra, disse eu não sei quem é deficiente, na verdade o grande deficiente sou eu por não conseguir entender vocês (deficientes auditivos). A aluna formanda Marileia fez o discurso em nome da turma e usou um texto de Mário Quintana para definir surdo. Nas palavras de Quintana, surdo é aquele que não tem tempo de ouvir o desabafo de um amigo ou o apelo de um irmão. Os 48 alunos do curso de libras provaram que não são surdos, pois ouviram e atenderam o apelo da professora Rute que afirmou, “estou muito feliz porque quando vocês encontrarem umas dessas crianças que nasce surda vocês poderão conversar com ela, entender ela, abraçá-la”, finalizou a professora.

Foto: Sabrina Seibel

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