Moradores dos bairros Anita Garibaldi e Atiradores estiveram em uma audiência pública realizada pela Comissão de Urbanismo para se manifestar favoráveis à proposta que permite a Operação Urbana Consorciada Cidade das Águas. O evento ocorreu nesta segunda-feira (11) e reuniu representantes do governo municipal, do projeto Cidade das Águas, de associações de moradores e vereadores.
A proposta está no Projeto de Lei Complementar nº 22/2023, que tem como relator o vereador Wilian Tonezi (Patriota), presidente da Comissão de Urbanismo. Operações urbanas consorciadas são iniciativas apresentadas por particulares ao Poder Público para que uma determinada área possa receber um empreendimento em parceria entre as partes, à medida que o empreendimento deve dar uma contrapartida à sociedade que está nos arredores da iniciativa.
Conforme a apresentação realizada pelo CEO do projeto, Danilo Conti (ex-secretário de Planejamento Urbano do governo Udo Döhler), o projeto imobiliário promete a presença de grandes áreas verdes entre as edificações que conjugam moradia, comércio, serviços e espaços culturais. Os condomínios não teriam muros, e a sociedade ao redor poderia usufruir dos espaços para caminhada, corrida e contemplação ao ar livre.
Todos os inscritos para se manifestar indicaram ser favoráveis à proposta. Entretanto, houve algumas dúvidas em relação ao projeto. O jornalista Altamir Andrade, por exemplo, apresentou preocupação com a preservação do morro do Atiradores. Na visão dele, o ideal seria a formalização de uma área de relevante interesse ecológico (Arie). Joinville já conta com uma sistema de proteção desse tipo no Morro da Boa Vista.
Conti respondeu que o projeto Cidade das Águas ocupa parte da região alvo da preocupação de Andrade, e que há a previsão de reflorestamento da área que está dentro da extensão do empreendimento com espécies nativas.
Quem também levantou dúvida foi a artista plástica Roseli Ritzmann. Ela observou que o projeto apresentado não contemplava a história da região e temia por um apagamento do histórico de desenvolvimento da região. Ela defendeu que deveria haver um museu para a preservação da história.
Conforme Conti, o atual projeto contemplaria a preocupação de Roseli ao manter o edifício da atual sede da Tigre com um espaço de memória. A ideia, segundo ele, é que o prédio seja mantido como um elemento arquitetônico da cidade. A edificação, dentro do projeto, seria a sede da CRH empreendimentos.
Estiveram presentes na audiência os vereadores Tonezi, Adilson Girardi (MDB), Érico Vinicius (Novo) e o presidente da Câmara, Diego Machado (PSDB). Diego destacou o esforço para a realização da audiência pública, e a importância para que a Casa esteja mais próxima da população. A audiência foi realizada na igreja matriz da Paróquia São José Operário e contou com mais de 120 presentes.