RESUMO: Moradores de Joinville reclamam que capivaras estão invadindo suas casas e atacando animais domésticos, um problema que, segundo eles, é causado pela construção da Ponte Joinville. A questão foi debatida na Câmara de Vereadores, a pedido da vereadora Liliane da Frada. No entanto, a equipe de biólogos da obra nega a relação, afirmando que o monitoramento prova que os animais permanecem em seu habitat e que a presença deles na região é anterior à obra.

Reclamações de moradores das áreas onde está sendo construída a Ponte Joinville, no Boa Vista e Adhemar Garcia, de que capivaras estão invadindo casas e atacando animais domésticos, motivaram um debate na Comissão de Urbanismo desta terça-feira (26), a pedido da vereadora Liliane da Frada (Podemos). “As obras impactam o meio-ambiente, e os animais não sabem o que está acontecendo, e isso incomoda também as pessoas”, afirmou Liliane.

A equipe de biólogos do consórcio de empreiteiras responsável pelas obras faz 20 controles ambientais, incluindo o monitoramento e, se necessário, o salvamento dos animais que vivem nas áreas. Eles caminham pela mata em busca de vestígios da presença de animais, como pegadas e fezes, de aves, mamíferos, répteis e anfíbios.

No último monitoramento, no mês passado, foram identificadas nove ocorrências de capivaras na mata que circunda a obra, o que comprova, segundo a supervisora dos Programas Ambientais da obra da Ponte Joinville, Camila Telles, que eles continuam em seus ambientes naturais.

“Isso comprova que a obra não está espantando esse animal, ele continua vivendo em seu habitat”, disse a bióloga. Ela também mostrou notícias anteriores à obra que evidenciaram a presença de capivaras em vias públicas naqueles locais.

Bióloga Camila Telles fala na Comissão de Urbanismo/Mauro Schlieck/CVJ

O Instituto de Meio Ambiente (IMA) disse não ter recebido reclamações sobre a presença de capivaras na obra, que está com o licenciamento em dia.

O vereador Wilian Tonezi (PL), que era contrário à discussão sobre as capivaras, disse ainda que as técnicas aplicadas na Ponte Joinville foram imprescindíveis para a obtenção da licença ambiental da obra e que não há desmatamento da região, o que espantaria os animais.

Tonezi ainda cobrou dos técnicos do consórcio e da Prefeitura uma data de entrega da obra, que, segundo ele, está atrasada em dez meses. O representante da Secretaria de Infraestrutura disse que “todas as obras vão terminar”, mas que não tinha informações sobre o cronograma.

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