Com mais de 60 mil páginas de documentos, os trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Rio Mathias estão na fase de elaboração do relatório e compilação das informações obtidas durante as oitivas. E para definir as próximas ações, os integrantes da CPI se reuniram extraordinariamente na noite desta terça-feira (04).
Na reunião, por meio de requerimentos, os vereadores decidiram solicitar à Prefeitura, à Caixa Econômica Federal e à Celesc alguns documentos faltantes, tais como notas fiscais, planilha de custos e atas de reuniões para compor o relatório. O presidente da CPI, vereador Wilian Tonezi (Patriota), também pediu diligência para investigação de documentos e projetos. Para isso, os vereadores irão até a Secretaria de Administração e Planejamento (SAP) na próxima segunda-feira (10), às 9h.
Tonezi explicou que a CPI está agora na fase de análise e investigação de documentos, apreciação das oitivas. Um dos pontos identificados pela Comissão e que precisa de uma análise mais criteriosa são as 79 notificações de irregularidades feitas pela Comissão de Fiscalização da Obra. Os vereadores integrantes da CPI querem saber o motivo para a demora no processamento administrativo dessas irregularidades.
Se necessário e se observadas incongruências em qualquer documento ou informações já apresentadas, testemunhas poderão ser chamadas novamente para depor. O relator, vereador Diego Machado (PSDB), afirmou que há indícios de responsáveis pelo prejuízo que Joinville, empresários e população diretamente atingidos, tiveram pelo atraso nas obras do Rio Mathias. “Temos certeza de que iremos entregar respostas à comunidade joinvilense”, garante Machado.
Ainda segundo o relator, a CPI terá um “relatório completo, baseado em provas e testemunho”. De acordo com o parlamentar, o objetivo é “dar uma satisfação à comunidade joinvilense do que atrasou a obra”. Em breve a CPI será convocada para apreciar o relatório.
Sobre a CPI
A CPI do Rio Mathias foi criada na primeira sessão extraordinária do ano, em 18 de janeiro. Prevista inicialmente para durar 60 dias úteis, em abril a Comissão prorrogou os prazos por mais 45 dias úteis, conforme prevê o Regimento Interno da CVJ.
A primeira reunião da CPI foi no dia 1° de fevereiro, quando os vereadores colheram depoimento do atual secretário de Infraestrutura, Jorge de Sá. Nos meses de março e abril a CPI continuou as oitivas convocando ex-secretários municipais, servidores municipais, responsáveis por empresas ligadas à obra de macrodrenagem do Mathias, e interrogou o ex-prefeito Udo Döhler.
São integrantes da CPI: presidente Wilian Tonezi (Patriota), relator, Diego Machado (PSDB), secretário Neto Peters (Novo), membros: Claudio Aragão (MDB) e Luiz Carlos Sales (PTB).