A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Rio Mathias realizou oitivas de diretores e ex-diretores da Companhia Águas de Joinville (CAJ) na manhã desta segunda-feira (12). O objetivo do encontro era discutir a responsabilidade da decisão da concessionária de aproveitar o momento da obra de macrodrenagem no Mathias para fazer a expansão das redes de distribuição de água e coleta de esgoto.
No encontro desta segunda, no plenário da CVJ, os vereadores colheram depoimentos de Dieter Neermann, Cesar Rehnolt Meyer, Thiago Amorim, Miguel Abuhab e Christian Dihlman. Nelson Corona, Afonso Carlos Fraiz, Álvaro Cauduro de Oliveira e Luiz Cláudio Gubert citaram outros compromissos e cuidados com a pandemia da Covid-19 para justificar ausências.
Segundo o ex-diretor da CAJ, Dieter Neermann, a realocação das redes de água e de esgoto, feitas pela CAJ paralelamente à obra de macrodrenagem no rio Mathias, no trecho que envolve as ruas Eusébio de Queiroz, Otto Boehm, Fernando de Noronha e Jacob Eisenhuth, no bairro Atiradores, foram demandas criadas pela Prefeitura. Questionado pelo presidente da CPI, Wilian Tonezi (Patriota), se haveria a necessidade dessa operação da CAJ sem a existência da macrodrenagem, Neermann negou a necessidade “naquela hora”. Ele afirmou que as expansões foram feitas a pedido do ex-presidente da CAJ, Jalmei Duarte.
Na função de interlocutor entre a CAJ e a Prefeitura no período de início das obras no Rio Mathias, Cesar Rehnolt Meyer contou que os trabalhos de realocações “não estavam no radar” da CAJ na época em que foram executados. Segundo ele, o ex-secretário de Planejamento, Miguel Bertolini, solicitou à CAJ a execução das expansões.
Membro do Conselho Administrativo da CAJ entre 2013 e 2016, Marcelo Hack disse que o trabalho da companhia em agir nas redes de água e esgoto, durante a obra no Mathias, especificamente no trecho do bairro Atiradores, “era uma obrigação”, uma vez que, segundo ele, sem a interferência da CAJ, “aquelas pessoas ficariam desprovidas desses serviços”.
Outro ex-conselheiro, Miguel Abuhab, declarou que, em virtude do valor da operação, a interferência no Rio Mathias se configurava como “uma despesa operacional, regular do dia a dia”, e por, conta disso, não seria levada para deliberação do conselho.
Diante dos depoimentos, Wilian Tonezi opinou que, em virtude da complexidade e valores gastos pela CAJ nas realocações das redes de água e esgoto, a obra de macrodrenagem do rio Mathias, realizada pela Prefeitura via licitação, deveria ter também contemplado a execução dessas expansões.
Para seguir a apuração, a CPI aprovou requerimento para que a CAJ encaminhe todas as atas de reuniões do colegiado entre os anos de 2013 e 2019.