A fila de espera por cirurgias eletivas em Joinville diminuiu quase mil posições, segundo o coordenador da Macrorregional de Saúde da cidade, ligada ao governo estadual, Thiago Patrício Furtado. Entre março e junho deste ano, a fila encolheu de 7.079 pessoas para 6.122 (-957). Na região Planalto Norte e Nordeste, que inclui Joinville e outros 25 municípios, a fila teve redução de 19,8 mil pacientes para 18,6 mil (-1,2 mil). As informações foram apresentadas nesta segunda-feira (20) à Comissão de Saúde, que faz um acompanhamento da demanda por cirurgias.
A diminuição deve-se ao aumento de cirurgias e também à “limpeza” da fila, ou seja, a exclusão de pacientes que desistiram dos procedimentos ou que já os fizeram em hospitais particulares, conforme explicou o coordenador da Macrorregional de Saúde.
“Chegamos finalmente a esse ponto de inflexão e temos mais pacientes saindo do que entrando nas filas de espera”, comemorou o secretário municipal de Saúde, Andrei Kolaceke. Ele ressaltou, porém, que há muito a ser feito e que medidas estão sendo tomadas, como a inauguração de duas salas de cirurgias no Hospital São José, marcada para o próximo dia 10.
De acordo com os últimos dados disponíveis, de maio, os hospitais de Joinville fizeram 648 procedimentos cirúrgicos no mês passado. O Bethesda fez a maioria, 275, seguido do Infantil (242), Regional (67) e São José (64).
Os vereadores da comissão, presidida por Wilian Tonezi (Patriota), fizeram vários questionamentos e comentários. Henrique Deckmann (MDB) sugeriu a apresentação em gráficos. Cassiano Ucker (Cidadania) falou que a notícia de diminuição é “excelente”. Pastor Ascendino Batista (PSD) fez questionamentos sobre as novas salas de cirurgia do São José.
Brandel Junior (Podemos) quis saber sobre as cirurgias bariátricas – o representante do Estado respondeu que a demora para esses pacientes pode estar no processo de preparação para a cirurgia e sugeriu que um representante do Hospital Regional fosse chamado a explicar.
Compra de aparelhos
O vereador Pastor Ascendino Batista quis saber o motivo de um recurso estadual de R$ 700 mil, enviado à Prefeitura em 2020, não ter sido usado para compra de equipamentos de Doppler Transcraniano e de Hemodinâmica para o Hospital São José. O dinheiro é fruto de emenda parlamentar do deputado estadual Kennedy Nunes (PTB), segundo o vereador.
O dinheiro ainda está em caixa, mas não é suficiente para a compra dos aparelhos, que superam R$ 3 milhões, segundo o secretário de Saúde. A Prefeitura está tentando abrir espaço no orçamento para adquiri-los. Dois elevadores, que também eram objetos da emenda, já foram comprados e instalados no hospital.
“É muito fácil chegar aqui e falar de orçamento, orçamento, orçamento”, disse Pastor Ascendino, “mas nós estamos falando de vidas”. O parlamentar cobrou empenho do secretário em conseguir recursos.
Kolaceke disse que “não tem dia e não tem semana” em que o município não busque recursos, em todos os níveis. “A gestão do município vem se movimentando, mas a gente precisa de recursos para fazer a manutenção, e enquanto esses recursos não vêm, é preciso eleger prioridades”, afirmou o secretário.
Cassiano Ucker, que é médico, afirmou que há equipamentos que, se não estiverem disponíveis ou com a manutenção em dia, podem acarretar em sequelas para os pacientes.
Cessão de uso no São José
A comissão também fez uma audiência pública na tarde desta segunda para debater o Projeto de Lei Ordinária 97/2022, que autoriza a Prefeitura a outorgar permissão de uso remunerada de área localizada no interior do Hospital Municipal São José.
A cessão de uso em questão é para instalação de um aparelho de tomografia para dar suporte ao serviço de radioterapia. Segundo o secretário de Saúde, sem esse equipamento, o paciente oncológico seria obrigado a fazer um exame externo, causando demora ao seu tratamento.
O prestador de serviço pagaria R$ 3 mil por mês ao município pela permissão.
A realização de audiências públicas para permissão e concessão de uso de bem público passou a ser obrigatória depois da aprovação de projeto de lei de autoria dos vereadores Adilson Girardi (MDB), Diego Machado (PSDB), e Neto Petters (Novo).